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Sérgio Tavares Filho
Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.
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Parece que toda empolgação da nossa estrelinha dourada já foi embora. Parece que faz anos que conquistamos o país.
O que houve? Onde estão todos? Não vejo mais carros buzinando, bandeiras penduradas na janela dos prédios de Caiobá, camisas da Fanáticos no bar do Saloon em Matinhos (apesar do dono, meu amigo Joaquim, ser paranista, enfeitou o local com as cores vermelha e preta para agradar a nação no litoral. No dia da final, soube que vendeu mais cervejas do que em uma semana na alta temporada). Eu não vejo mais a bela menina desfilando com os brincos do Atlético. Não vejo mais nada.
A chamada imprensa do Coritiba está tentando reerguer, a todo custo, o time. Ninguém mais fala da dívida com o Bradesco, dos salários de 2001 que só foram colocados em dia semanas atrás, e até do novo-velho hino: numa assembléia geral a direção do Coritiba abriu mão daquele concurso que escolheu a melodia. Eles vão voltar a cantar “como é bom te ver, campeão de novo...” E nós, puxados pelo coro da Fanáticos, vamos devolver o refrão cantando uma das paródias mais engraçadas dos nossos estádios.
Se é guerra, vão tê-la... mas para isso vou ter que começar a falar tudo de novo do título bizarro que eles conquitaram em 1985, da nossa extraodinária campanha em 2001, do nosso CT, da nossa Arena... isso já virou lugar comum.
Vou mais longe: parece que entramos na história de Quincas Borba, de Machado de Assis, livro que sugere uma guerra entre duas tribos que se encontram, frente a frente, perto de uma plantação de batatas que só dá para sustentar uma delas. É a luta pela sobrevivência. A tribo que vence, ganha as batatas.
E a nossa plantação está muito mais germinada. "Ao vencedor, as batatas"!
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