Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

2001, um ano de Deus

23/12/2011


Sofri muito em 2001. Talvez eu possa considerar este ano como o ano do recomeço de uma série de coisas. Uma turbulência na minha vida me fez parar, por algum tempo, e perceber quais eram os caminhos por quais eu trilhava. Muitas e muitas pedras me fizeram tropeçar. Algumas me derrubaram. Por algum tempo, estive sem forças para levantar.

Me emocionei muito em 2001, tomei decisões extremamente importantes na minha vida pessoal e profissional. Alcancei algumas conquistas e decidi, de uma vez por todas, remar a favor da maré. Para isso, definições precisaram ser colocadas em prática, ideias precisaram ser executadas.

2001 foi o ano das decisões.

Ao lado do Atlético e do meu único filho, Dhiego (Luccas chegou em fevereiro de 2002), passei os momentos mais felizes de 2001. Sem ele e sem os meus verdadeiros amigos, nada teria graça. Sem os meus maiores motivos de alegria, não teria energia para combater as dificuldades e coragem para seguir em frente. Foi ali, exatamente ali, segurando a mão do meu filho e costurando a faixa de campeão brasileiro, que decidi que nunca mais eu seria infeliz. Dobrei os joelhos e juntos rezamos para que nossas vidas tomassem rumos diferentes daquele ano para frente.

E Deus nos atendeu.

Como em um toque de mágicas, adotei um novo mestre. Geninho nos deixou algumas lições eternas. Para mim, a maior delas: a distribuição das faixas de campeão a todos os jogadores antes do combate final, abraçando a todos e os considerando guerreiros e campeões, independente do resultado. Dentro de campo, aqueles heróis comeram grama também por ele, por Eugênio. Não poderiam decepcionar o grande líder, aquele que já os considerava campeões.

Assim aprendi com Geninho. Aprendi que o ser humano também cresce nas derrotas, mas que as conquistas são apenas frutos de empenho, dedicação e amor. Eis a palavra que moveu as maiores decisões que tomei na minha vida. Amor! Entre uma batalha e outra, sempre optei pelo amor, deixei que o coração fosse o meu guia e renasci, definitivamente. Tudo o que faço, hoje, faço por amor. Não faço mais nada por impulso ou simplesmente por fazer. Faço tudo, tudo, tudo por amor.

Assim como aquele time que fez tudo por amor em 2001... Amor ao clube, amor ao título, amor ao seu torcedor...

Ah... quantas saudades daquele Atlético... Atlético que segurou na minha mão, que me fez chorar de emoção, que me fez rolar de alegria, que me fez sorrir de paixão, que me fez perceber o quanto viver vale a pena! Ainda vejo, nos olhos do meu filho, o reflexo daquela taça de campeão. Aqueles olhos assustados, sem ter muita certeza do tamanho da alegria do pai, já que era um sorriso todo atrapalhado pelas lágrimas. Mas eu sabia, exatamente, traduzir cada segundo daquele 23 de dezembro de 2001.

É... a gente aprende. E a gente cresce...

E com Alex Mineiro, também aprendi que na vida, quando temos que tomar decisões, não podemos vacilar. Muitas vezes a vida não nos dá esse direito. Determinação na hora do chute. Sabedoria na hora da conclusão. Inteligência, acima de tudo.

2001 foi um ano com o toque das mãos divinas. Um ano desenhado apenas para os campeões! Um ano de Deus.

Dedico essa coluna aos amores da minha vida... A Fabi (minha menina de ouro), meus filhos Dhiego e Luccas, aos meus pais (saudades...), aos meus irmãos, aos meus grandes amigos (em especial ao Osmar), ao Atlético do meu coração, aos meus grandes companheiros da equipe Furacao.com e a Deus!

Feliz Natal e um 2012 repleto de saúde, conquistas e muito, muito amor!


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