Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

O meu natal de 2001 foi campeão!

23/12/2011


Há vários tipos de presentes que podemos ganhar no Natal. Relógios, camisas, gravatas, jóias, viagens e uma infinidade de outras coisas. Eu ganhei em 2001, o título de Campeão Brasileiro. Jamais vou me esquecer desse dia especial. Naquele ano eu fiz parte da equipe de esportes da Rádio Nacional, que funcionava na mesma rua onde moro hoje. Assisti muitos jogos dentro do campo, senti de perto as emoções de várias partidas e nas finais, optei por assistir da arquibancada com meus amigos, longe do campo e perto da emoção. Fiz parte da excursão para a grande final e foi uma testemunha in-loco da vitória em São Caetano. Eu sabia que seríamos campeões e não medi esforços para estar lá.

Foi lindo ver aquela caravana de ônibus, meio velhos é certo, mas com uma galera que transbordava confiança. O 4 x 2 em Curitiba foi um poderoso combustível que só aumentou a certeza do título (nesse dia entrei em campo, peguei um pedaço da grama do gol das torcidas e plantei na minha casa e hoje, também tenho grama da Arena na minha casa). Fizemos um jogo controlado onde não sofremos mais do que alguns sustos. A cada minuto que passava diminuíam as incertezas e a grande hora se aproximava. Depois do gol de Fabiano, passei o resto da partida chorando feito uma criança, pois meu coração não cabia dentro do meu peito.

Foram partidas épicas que entraram para a história do Furacão. Os gols de Alex Mineiro, Ilan, Kleber e o de Fabiano, coroaram a mudança pela qual o Atlético tinha passado transformado de um clube de várzea para uma das grandes equipes do futebol brasileiro, com um estádio moderno à frente dos demais no país, com atletas com os salários em dia, com um treinador que conseguiu manter o grupo sob controle até o apito final no Estádio Municipal Anacleto Campanella.

Acabei não vendo a festa em Curitiba. Do campo fui direto para uma rodoviária em São Paulo, de onde parti para o interior do Paraná. No caminho recebi ligações inusitadas, algumas de torcedores alviverdes me parabenizando pela conquista do título. Senti-me um campeão de verdade, com tudo o que eu tinha direito. Ninguém naquele ônibus poderia nem de longe imaginar o que eu estava sentindo.

No dia 24 já era Natal e eu ali, grudado na televisão gravando todos os programas esportivos que estivessem passando. Tudo e de todos os lugares, pois no interior a maior parte das televisões funciona com antena parabólica. O Brasil estava aos pés do Furacão, reconhecendo a nossa conquista.

Na semana passada os campeões de 2011 estiveram na Arena, numa festa especial e maravilhosa, onde todos eles jogaram juntos de novo. Foi muito bacana ver o time jogando com a mesma disposição tática, com Flávio, Nem Gustavo, Fabiano, Alessandro, Cocito, Adriano Gabiru, Kleber, Alex Mineiro dentre outros, ali em campo, fazendo passar o filme da conquista diante dos nossos olhos.

Hoje passados dez anos da conquista, muita coisa mudou na minha vida e no Atlético. Sou pai de uma menininha de dois anos e quatro meses, que teve o privilégio de entrar em campo com esses ídolos. Bem, eu também tive o privilégio, pelo fato de apoiar o Hospital Pequeno Príncipe, sendo um dos parceiros do Torneio Gols Pela Vida. Ainda trabalho com comunicação e espero que algum dia, alguém me convide para voltar ao rádio. Continuo maluco pelo Atlético, mas estou meio coroa preocupado com a família, casa e trabalho.

Disponibilizei as fotos do dia do título no meu perfil do Facebook e também do Orkut. Estão lá para em imagens, mostrar um pouco do que tentei explicar aqui.

Sei que vão existir outros natais e espero em breve, comemorar o bicampeonato brasileiro. Mas aquele natal desportivamente falando, até hoje é inigualável. Foi o meu natal campeão!


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