Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Vencedores e vencidos II

17/12/2011


É impossível escrever uma coluna logo após as elieções sem falar do resultado das urnas e do processo eleitoral. A condução feita pelo grupo de Petraglia foi muito bem cosntruída. Desde a escolha da assessoria de imprensa e equipe de marketing, passando pelas articulações políticas e, principalmente, por angariar e trazer para perto de si novos companheiros e desafetos até então inconciliáveis. Isso é fazer política com sabedoria, pois se optasse pelo isolamento, seguindo só, já que ficou sem quase nenhum dos velhos companheiros, Petraglia poderia comprometer uma eleição ganha. Buscou apoio dos Fanáticos, construiu um processo com muitas reuniões, onde as pessoas tinham vez e voz, contrariando a fama de ditador. As notícias e fatos surgiam no tempo correto e nunca da boca de Petraglia, que se preocupou em ganhar votos. Tudo muito profissional sem dar margem a erros amadores. Na primeira coletiva, já houve uma subida no tom da conversa, meio com cara de desabafo.

Fiquei feliz com o processo eleitoral. Olhando a situação de termos caído, ver centenas de torcedores mobilizados em torno do Clube, para mim foi uma demonstração de grandeza, que talvez não encontremos em outras equipes do futebol brasileiro. Bandeiras, camisetas, adesivos, jingles, caminhão de som, cabos eleitorais, balões e panfletos, tudo como manda o figurino eleitoral, deram à Baixada um colorido especial. Um fato que chamou a atenção de todos, é de que o colégio eleitoral do Furacão é maior do que mais de 233 municípios paranaenses. Não foi brincadeira!

Inegável é também a “força” que a CAP Gigante recebeu da situação. O fogo amigo contra a Paixão pelo Furacão, vinha diretamente do gabinete da presidência do Atlético. Como Diogo poderia sobreviver nas urnas, sendo o representante de um grupo que administrava o Atlético quando o clube foi para a segunda divisão? De um lado, o ícone do título de 2001. Do outro, mesmo que assim não o fossem de forma direta, os representantes da derrocada do time. Nesse aspecto, creio que a Paixão pelo Furacão até recebeu um percentual significativo de votos. Mas o fardo era pesado demais até para pessoas muito bem intencionadas e torcida queria mesmo era exorcizar Malucelli. Escrevi também que o processo pareceu estar confuso pelas ligações entre as pessoas, mas resolvido eleitoralmente, mesmo que pudesse parecer ao contrário em alguns momentos. Cravei 70 X 30% desde o começo, mesmo com meu amigo Didi jurando que seria um 90 x 10%.

Como colunista procurei manter neutralidade nas análises. O resultado disso foi que “apanhei” de todos os lados, de forma impiedosa e muitas vezes com a utilização de argumentos engraçados. Alguns diziam “pelos seus textos é claro que você está com Petraglia” enquanto outros diziam que eu “estava com defendendo essa vergonha de gestão”. Impossível agradar a todos em uma eleição como essa. Sigo em paz com a minha consciência, de procurar não usar um espaço tão privilegiado como esse para fazer bravata. Procurei apenas fazer reflexões sobre o processo. O meu voto, simplesmente “é meu”!

Já nas primeiras movimentações algo que me deixou particularmente muito feliz. O jogo entre os campeões de 1995 X 2001, com a renda revertida em benefício do Hospital Pequeno Príncipe, é sensacional, pois coloca a responsabilidade social na Agenda do Clube, que já tinha recebido o Jogo das Estrelas em prol das vítimas do Tsunami. Colaboro com a organização do Torneio Gols Pela Vida em prol do Hospital Pequeno Príncipe. Quisemos que o Torneio fosse realizado no Atlético e não obtivemos êxito, junto à administração anterior. Creio que a nova administração já entra provando que entende a questão de outra maneira.

O fato é que vai haver uma forte sacudida no time e na vida atleticana, o que pareceu ser muito difícil para a maior parte da torcida ver acontecer, se a vencedora fosse a situação. Petraglia por sua vez não teme a responsabilidade de ser o que é, de fazer como faz e de conduzir o Atlético com mão pesada. Quem o conhece de perto sabe que ele é atento a tudo, do CT à Arena, das finanças até as categorias de base. Nada escapa dos olhos dele e mesmo aqueles que têm funções delegadas, sabem que tem que se reportar sempre.

Sabemos que em feridas que ainda estão sangrando, não há remédio que dê jeito rápido. É cedo para falar em diálogo entre chapas que trocaram acusações, farpas, denúncias e até ofensas no local da votação. Na primeira entrevista coletiva o Petraglia falou em “lavar a honra minha da minha família, nem que necessite usar o sangue dos pulhas que me ofenderam”. Mas o tempo é senhor da razão e a prova de que as feridas são curadas, foi dada por ele mesmo nessa eleição. Não questiono os termos dos acordos que foram feitos e nem me cabe fazer isso. Mas se colocar o Atlético em primeiro lugar e torná-lo de fato gigante é o objetivo de todos, temos tarefas a executar de forma breve, como por exemplo, manter o nosso número de sócios e caminhar para a ampliação do quadro, mesmo estando na segunda divisão. Reconduzir ao marketing profissionais comprometidos com o Atlético. Petraglia teve a seu lado gente que conhece do riscado. E como peça principal do novo quadro, montar um time vencedor e guerreiro, que nos encha de orgulho e nos motive a estar sempre ao lado Furacão.

Boa sorte ao novo presidente, aos novos conselheiros do Atlético e, em especial, ao meu amigo Aguinaldo, sempre sofrendo e comemorando os gols conosco lá na Arena. Continue na sua cadeira Aguinaldo, e muito boa sorte!


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