Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Habemus Papam

16/12/2011


Fumaça branca na Arena da Baixada. Depois de alguns meses de campanhas, ofensas, críticas e pouco, ou quase nenhum, debate, finalmente elegemos os mandatários atleticanos para os próximos anos. Confesso que tenho impressões contraditórias sobre Mário Celso Petraglia: ao mesmo tempo em que o vejo como um ditador insano e megalomaníaco, admiro a capacidade visionária e intempestiva do sujeito. De alguma forma, MCP é mais parecido com o Atlético atual. Tivemos que aguentar, durante três longos anos, um presidente apático, sem carisma e cheio de manias tolas.

Alguns leitores disseram que me omiti com relação ao ex-presidente Marcos Malucelli. Será? Em 02 de setembro escrevi:

"Atleticanos desesperados fazem contas, projetam vitórias, gols pró e as possibilidades de vitórias que ainda nos restam: o buraco das almas é logo ali. Estamos dando uma pequena olhadela no abismo desde 2008 e o péssimo planejamento no futebol não é uma novidade para o time da Arena.

Seria até redundante criticar Marcos Malucelli, pois todos sabem que o homem sairá debaixo de vaias, envergonhado publicamente e terá seu nome completamente apagado da história rubro-negra. Ainda que MM se esforce para obter todos os recordes negativos, macular nossa camisa e destruir a imagem nacional de nossa equipe, a esperança dos atleticanos é o tão esperado fim do ano, o fim do mandato e início de novas perspectivas."


Aliás, não estive sozinho nisso: todos os colunistas de nosso portal bateram incessantemente na tecla sobre a absoluta inaptidão da gestão Malucelli. O rebaixamento, por sua vez, era esperado. Houve pouca comoção na partida final e os atleticanos reagiram da forma mais positiva possível, demonstrando, mais uma vez, que somos uma nação civilizada e unida em todos os momentos da história de nosso clube.

Apesar de ser um simpatizante e apoiador da chapa perdedora, meu desejo é que possamos reconquistar o caminho de vitórias. Temos planos de expansão, o título da Série B é plataforma de campanha e estamos projetando e construindo um estádio ainda mais amplo e moderno. Tivemos uma eleição democrática, e união total na hora de cantar o hino, que movimentou a cidade em plena quinta-feira. Não bastasse tudo isso, estamos comemorando os dez anos de nosso primeiro título nacional e teremos um grande jogo comemorativo na data.

Razões para comemorar, de uma forma de outra, não nos faltam. Saímos praticamente ilesos do rebaixamento e teremos a chance de reinaugurar nosso estádio com uma grande festa de retorno ao pelotão de elite do futebol nacional.

Contudo, estamos de olho na movimentação do vaticano rubro-negro. Não podemos nos esquecer do desastre que nos acometia em 2008, dos desmandos, das sandices e brigas com a maior torcida do estado. As eleições deram ao Atlético uma perspectiva pluralista e a oposição compõe, pelo menos, um terço do eleitorado.

É preciso dialogar, Mário Celso. Há sangue novo na Arena e, por mais que o avanço financeiro seja notável, nem tudo são cifras no mundo do futebol: há paixão, camisa e tradição.

Boa sorte ao nosso novo representante máximo. Que consiga prometer todas as promessas e não esqueça, jamais, que o Clube Atlético Paranaense não tem dono.

Parabéns ao Atlético pelos dez anos da conquista e votos de Feliz Natal e felicidade para todos os torcedores rubro-negros.


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