Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Marcas e cicatrizes

10/12/2011


As cicatrizes que o rebaixamento à segunda divisão já deixaram, nunca serão curadas. É como o guizo pendurado no pescoço da vaca, que faz barulho ao menor movimento do animal. Nem se a gente quisesse esquecer nossos amigos de tão próxima convivência nunca iriam permitir isso. Falando neles, a vitória no clássico teve uma importância enorme para todos os atleticanos e sabemos que não resolveu nada. Porém, amenizou o ataque das “vespas verdes” que acusaram o golpe, já que simplesmente não dava para dizer “não aconteceu nada”. A derrota no clássico doeu e muito. Foi literalmente uma eliminação da Libertadores.

Já quase no dia das eleições, creio que o quadro é confuso. Mas pelo que se viu no estádio, o volume de propaganda de uma chapa sobre a outra é muito grande. O torcedor não se cala e não perdoa o fracasso. Mas se o terreno parecia tranqüilo, o trabalho focado e muito bem direcionado que faz o grupo de Fornea, perdendo tempo, saliva e boa vontade para explicar seu projeto de “governo”, pode aproximar os percentuais das chapas e produzir uma eleição com números apertados para o vencedor. Tenho minhas dúvidas disso e, ao mesmo tempo, tudo o que já vi e vivi em eleições me faz gostar mesmo é da velha e boa prudência.

Insisto que as chapas devem dizer tudo o que há para ser dito. Quem se calou no passado, que fale no presente. Quem está dizendo tudo, que não se cale até que tudo e um pouco mais seja dito. Deixem marcas na face dos envolvidos. Quem tem ases que os coloque à mesa. Não escondam seus trunfos e nem suas cartas fortes. Não há tempo para isso e nós, eleitores atleticanos temos direito de saber tudo. Depois do processo acabado não adianta dizer “ah, eu tinha isso e não usei”. Se tinha e não usou foi por medo, conivência ou despreparo político. De toda sorte, a história se encarrega dos derrotados.

Ao vencedor a tarefa de montar de forma rápida uma equipe para jogar o campeonato paranaense. Seria bom só para variar, dar importância a competição, pois ela pode ajudar na formação do elenco para a segunda divisão e ainda por cima, servir para que possamos comemorar algum título que não seja o Miss Universo. Quem ficar que fique em paz, e viva um recomeço. Para os que já foram, sorte em seus novos caminhos.

Esse final de semana, estou participando do Torneio Gols Pela Vida, realizado captar recursos e apoiar as atividades de pesquisa do Instituto Pelé Pequeno Príncipe. Amanhã (domingo), vamos jogar o chamado “Jogo das Estrelas”, onde o time de Paulo Rink joga contra o time do Tcheco no Couto Pereira. Teremos a presença de vários ex-profissionais, dentre eles alguns que brilharam no Atlético como Paulo Miranda, Ricardo Pinto e Alberto, dentre outros jogadores. Muito legal que esses atletas coloquem sua história no futebol em prol das crianças e da solidariedade. Tenho muito orgulho de fazer parte de um projeto dessa natureza, pois testemunho que o esporte que eu tanto amo, pode ajudar a mudar e melhorar a vida das pessoas. Obrigado à direção do Pequeno Príncipe pela oportunidade de estar com vocês.


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