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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Um clube dividido
03/12/2011
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Será que vivemos o pior momento de nossa “história moderna”? Somos um dos três clubes que vai receber a Copa do Mundo em um estádio privado. Do ponto de vista financeiro, estamos ao que parece com as finanças em dia, até que alguém diga e prove o contrário no meio do tiroteio eleitoral. Nas categorias de base, que eu critiquei em algumas colunas atrás, o “cala-te” veio forte com o Furacão ganhando tudo o que apareceu pela frente. No processo eleitoral, ao contrário daqueles tempos em que “ninguém queria a bomba”, teremos uma disputa eleitoral daquelas!
Aí vem o futebol profissional, a razão principal da existência do Clube, e apronta com uma nação como a nossa, esse cenário triste, pior do que qualquer filme de terror jamais visto na história do Furacão. Oportunidades perdidas por pura falta de sorte, outras por falta de qualidade técnica e ainda algumas onde faltou comando. Contratações sensacionais e caras feitas ao que parece, por pessoas sem muita experiência. O somatório de tudo nos leva a última rodada com um sabor amargo na boca, mas acima de tudo com um aperto horrível no coração. Nesse ninguém dá jeito. Até mesmo o mais apaixonado dos atleticanos sabe que nosso orgulho está ferido. É como se todos os dias de sol fossem cinza. Não dá para explicar.
E aí no momento em que precisávamos ser um só, estamos aos pedaços, frágeis e fragmentados, trocando ameaças nas ruas e nos tribunais, o que só faz aumentar o show de horrores. Para boa parte da torcida, pouco importa quem tem razão. Prevalece um nojo desse tipo de confusão, que quase faz o cara abandonar o time e dizer “larguei”. Mas o Atlético não se larga não é mesmo? Quem tentou não conseguiu e quem está pensando em fazer isso, desista, mesmo que nós não vençamos o jogo de amanhã ou qualquer outra partida de nossas vidas.
Falar da eleição é chover no molhado. Mas é preciso. As pessoas estão aí e a torcida sabe da história de cada uma delas. O que devemos fazer todos é escolher se queremos um ou outro projeto, uma forma de administrar ou a outra. Já conhecemos em tese, as duas. Ambas já estiveram à frente do Clube em vários momentos da história, juntos e misturados e depois, separados de forma radical.
Todo mundo levanta teses sobre a eleição. Uns de que vai ser um massacre “nunca antes visto”, outros de que “haverá uma surpresa que vai deixar muita gente de queixo caído”. Eu penso que se for para o bem do clube, nada deve ser varrido para baixo do tapete. Falem tudo o que deve ser dito, para que depois das cinzas da batalha possamos erguer um novo clube, resgatando a nossa dignidade, amor próprio e respeito pela nossa instituição.
No Facebook temos um grupo que vem debatendo a eleição de maneira qualificada. Acompanho procurando fazer o papel de moderador, evitando que a coisa caminhe por vias esburacadas, do sectarismo e das ofensas pessoais. Agradeço sinceramente a todos que tem dado as suas contribuições. Debate sim, respeito demais e Atlético até a morte.
É por isso que afirmo que nossa história será diferente depois de amanhã. Vamos aprender com esse ano miserável e sofrer tudo o que tiver para sofrermos. E depois chega.
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