Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Distância

25/02/2005


Atleticanos que vão, atleticanos que ficam. Independente da distância e de onde moram, ninguém deixa de sofrer mais que o outro ou de vibrar e comemorar mais que o outro. Alguns vão embora de Curitiba a trabalho ou a estudo, e os que ficam sempre levam aos jogos do Atlético as boas lembranças daquele torcedor companheiro que estava ali, ao seu lado, dividindo o espaço nas arquibancadas.

Fugindo um pouco dos momentos do nosso Atlético e dos campeonatos que o clube vem disputando, dedico esta coluna a Rubro-negros que deixaram a cidade e hoje vivem em terras mais distantes, apenas fisicamente, pois seus corações pulsam sempre aqui entre nós.

Em especial, faço questão de prestar minha humilde homenagem a uma atleticana que abre um espaço nas cadeiras da Arena para estudar no Rio de Janeiro. Passou no vestibular e foi em busca de seus sonhos e em breve retornará como médica, talvez até para cuidar um pouco melhor dos corações dos apaixonados pelo Atlético.

A sobrinha Daniele, de 22 anos, seguiu viagem dia 12 de fevereiro deste ano e levou consigo algumas coisas interessantes: as lembranças, a saudade, a fé, a coragem e a alegria em ser atleticana. Nunca cansada e sempre otimista, comparo a sua conquista com as conquistas do nosso Atlético, as que vieram e as que estão por vir. Em momento algum se entregou, lutou até os 45 minutos do segundo tempo, perdeu algumas vezes, por alguns anos, mudou suas estratégias, mudou seus planejamentos, e seu dia chegou. Chegou sim, pois tudo tem seu tempo e nada é por acaso.

Eu gostaria muito de imaginar a Danielle aflita no Rio de Janeiro, acompanhando o Atlético através dos noticiários cariocas e torcendo por vitórias do nosso Furacão, mas não consigo, prefiro imaginá-la aqui, sempre sorridente, pulando e vibrando com o nosso time, seja em casa ou nas cadeiras da Arena.

Acredito que seja este o espírito que nós, torcedores atleticanos, tenhamos que carregar este ano, de que mesmo diante dos equívocos do clube, mesmo diante de dificuldades e mesmo em frente ao monstro internacional chamado Libertadores da América, temos que acreditar e ter fé, sempre! Dani, tenha certeza de que sua presença está garantida nos jogos doAtlético, e mais do que nunca, levarei sua torcida, seja contra times pequenos, médios ou grandes. Seja em dia de sol, de chuva, à tarde ou à noite. Seja como for, estarei sempre lembrando dos momentos tristes e dos momentos felizes que vivemos com o nosso querido furacão. Só desejo que seu coração continue aí, firme e cheio de esperanças, pois quando você aparecer por aqui para comemorar um título do Atlético, farei você lembrar da mensagem que está arquivada no meu celular: “Dias melhores virão, valeu a torcida. Beijão, Dani”.

Um grande abraço a todos os atleticanos espalhados pelo Brasil.


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