Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

O caminho da vitória

11/11/2011


Mais uma vez a semana foi marcada pela guerra de personalidades políticas. Com o lançamento de uma nova chapa, Paixão pelo Furacão, o torcedor atleticano começa a avaliar as possibilidades que parecem ser mais interessantes para o futuro do clube. O fato é que ainda precisamos ter, ao lado da eleição iminente, um foco absoluto na conquista de vitórias.

Quando Paulo Baier disse que éramos um time juvenil houve muita contestação. Alguns acharam que o capitão estava defendendo a entrada de jogadores mais experientes, outros imaginaram tratar-se de uma espécie de "indireta" para quem estava fazendo corpo mole e assim instalou-se a confusão. Contudo, temos que considerar que nosso péssimo desempenho esse se deve muito à instabilidade emocional da equipe. Conversava com o amigo e blogueiro Henrique Stockler e estava intrigado com a quantidade de gols que nós estávamos levando no começo e no fim da partida. O colega, muito dedicado aos dados, decidiu fazer uma apuração sobre o assunto e chegou à seguinte conclusão: em 59% por cento das partidas tomamos gol nos primeiros ou nos últimos 15 minutos. O que isso significa efetivamente? Que temos pouca capacidade de organização no principio do jogo e não conseguimos suportar pressão nos instantes finais. Certamente, todos os torcedores conseguem se lembrar dos pontos perdidos contra Ceará, Vasco e São Paulo e tais recordações nos fazem pensar que poderíamos estar, pelo menos, em uma zona confortável dentro do certame.

Contra o Corinthians teremos um dos jogos mais importantes do ano. Uma vitória fora de casa contra o líder do campeonato nos dará ânimo para sair da "bacia das almas" e recuperar a esperança de reação tardia. Para que isso aconteça, no entanto, é preciso que o Furacão entre em campo determinado a vencer, jogue e marque no campo do adversário, não recue em demasia e permaneça totalmente atento aos caprichos do apito. Não podemos aliviar, mas seria infantilidade achar que não haverá nenhum favorecimento, ainda que sutil, ao time paulista. Não se trata de síndrome de perseguição: equipes maiores já foram prejudicadas e sabemos que a vitória do Atlético é de interesse exclusivamente nosso.

Vamos precisar resgatar o espírito de raça e a mística da camisa rubro-negra. Pra cima deles, Furacão!


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