Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

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07/11/2011


Um primeiro tempo bisonho. O Atlético era completamente dominado pelo xará goianiense, que tocava a bola melhor, envolvia o time da casa e havia aberto o marcador. O centroavante Nieto repelia a bola, quando nela não tropeçava. No intervalo da partida, eu, incrédulo, comentava com os amigos sobre a gritante diferença técnica e tática entre os dois times.

Eis que após 15 minutos de intervalo, outro Atlético pisou o sagrado gramado da Arena. O Atlético voltou grande. Voltou disposto a mudar seu destino. Disposto a abraçar a torcida e, com ela, marchar para a vitória, suprimindo qualquer elemento técnico que se apresentasse pelo caminho. Como se assim estivesse escrito que aconteceria.

Imprimindo seu próprio ritmo, o time de Antonio Lopes começou a segunda etapa encurralando o adversário em seu córner, sem deixá-lo respirar. Em apenas dois minutos, Nieto desferiu o primeiro golpe, para empatar a partida. Sentindo cheiro de sangue, o Atlético manteve-se na condição de agressor, e encontraria o nocaute com mais um gol do já folclórico argentino Nieto.

A resistência atleticana foi ferrenha. O time de Goiânia jamais empataria este jogo. Todas as bolas bateriam na trave, como aconteceu com o chute de Bida. Os gritos da torcida que não teme a própria morte criaram uma barreira sobrenatural no gol defendido por Renan Rocha, para sacramentar uma vitória fundamental, e que assume ares místicos.

33. Trigésima Terceira rodada. Foi nela que, em 2008, um jogador criticado pela torcida cruzou, e um robusto atacante loiro encontrou um improvável ângulo para, aos 46 minutos do segundo tempo, cabecear para os fundos da redes. Uma vitória com contornos épicos embalou o time nas cinco rodadas finais, e o Furacão terminaria o campeonato nos braços da torcida.

Assim se repetirá.


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