Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

De primeira, Furacão!

24/10/2011


Alguns momentos da vida ficam eternizados no coração da gente. Fazia algum tempo que eu estava longe da Baixada. Andava entristecido com coisas que deixaram o futebol em segundo plano e me reservei ao direito de me afastar, não do Atlético, mas de fatos isolados que não agregam nada ao clube. Enfim, motivos por mim já esclarecidos em colunas passadas.

Ontem eu voltei. Voltei pra matar as saudades do Furacão, da nossa linda Baixada, dos amigos, daquele povo carente, sofrido e angustiado. Povo preocupado, mas um povo que mesmo diante de um momento delicado e tão difícil, é um povo muito, mas muito feliz. Essa torcida do Atlético não merece a segunda divisão. E o Atlético não vai cair!

Dei a volta no tempo e de longe fiquei admirando meu filho dentro de campo, esperando a entrada dos jogadores. Voltei na história, resgatei algumas coisas da minha infância. Parei um pouco, percebi que certos sentimentos ficam realmente cravados no coração da gente. Agradeci por estar ali, pertinho do meu Atlético, com a convicção de que toda aquela energia positiva que estava tomando conta do caldeirão iria nos devolver a alegria de uma vitória, mantendo viva a esperança e a fé de toda a nação atleticana.

Atlético em campo, recepção pra lá de calorosa, Baixada toda cantando. Torcida entusiasmada e parecia que um mar de otimismo tomava conta da nossa casa. E não teve jeito... os olhos se encheram de lágrimas, o peito ficou carregado de felicidade, ansiedade, emoção. É o Atlético, nosso maior ideal.

Estávamos ali, tensos, mas cheios de esperança. As mãos suadas do Luccas, o olhar atento, preocupado, como se quisesse empurrar com os olhos a bola para dentro do gol. “Pai, pode comemorar. Baier de falta, ele vai marcar”. Eu acreditei, como acreditam todos aqueles malucos atleticanos, como acredita uma torcida enlouquecida, apaixonada e cheia de fé. Eu acreditei como acreditam todos os sonhadores. Gol do Atlético! Gol do Luccas, gol do Baier, gol de todos nós. Gol da garra, gol da esperança, gol com a cara do Furacão. Gol que pode entrar para a história, como o mais importante dentre todos os que virão. Gol que será a marca da salvação, do recomeço, da certeza de que o Atlético é um clube de gigantes. E este time de gigantes não vai cair!

Domingo, dia 23 de outubro de 2011, foi o reinício da trajetória de um clube que não irá se entregar, nunca! A alegria estampada nos olhos de cada atleticano, na tarde quente de domingo, fez nascer um novo Atlético. Um Atlético de primeira.

Obrigado, meu querido Furacão!


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