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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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O ano que não acaba
21/10/2011
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Para os atleticanos, 2011 parece ser o ano que não acaba. A terrível sensação de que nada vai bem e de que não conseguimos acertar dentro e fora de campo parece ficar cada dia mais forte.
Para ilustrar o que estou dizendo vou comentar os assuntos mais relevantes da quinzena que passou.
I – Mário Celso Petraglia divulga salários do elenco em rede social: uma atitude lamentável na medida em que é totalmente inútil. MCP será responsável por uma eventual queda do time? Evidente que não e certamente todos os torcedores saberão apontar os culpados. Contudo, é esse o tipo de postura que devemos esperar de um possível futuro presidente do clube? Os petraglistas calorosos ficam ofendidos, mas sem razão: apontar erros e comentar de forma crítica é nosso papel. Mário Celso Petraglia cansou de chamar nosso portal de ‘falácia.com’, pois crê que estamos apoiando Marco Malucelli. Besteira. Não há nenhum tipo de orientação política por parte da diretoria do site e os colunistas podem se expressar livremente. Não fazemos, contudo, alardes baseados em factoides ou campanhas panfletárias.
II – Demissão de Paulo Rink: Parece que a maioria da torcida concordou com a saída do ídolo atleticano. O fato é que é muito difícil sabermos até que ponto Paulo Rink realmente poderia estar fazendo um trabalho melhor. Em entrevista, afirmou que suas ideias nunca eram aceitas e que tinha pouco poder decisório – o que lembra muito as queixas do renegado Ocimar Bolicenho-. Independente de nossas avaliações sobre a demissão fica o registro da completa nulidade administrativa de Marcos Malucelli. O atual presidente conseguiu transformar o departamento de futebol em uma verdadeira piada. Agora afirma, com autoridade inventada, que vai coordenador “pessoalmente” as ações do futebol. O que isso quer dizer na prática? Nada.
III – Copa do Mundo. Curitiba falhou na tentativa de receber os jogos mais importantes do torneio e foi excluída da Copa das Confederações. Torcedores setoristas aproveitaram o acontecimento para culpar o CAP e a atual administração. Em que pese a demora da diretoria em começar as obras da Arena, e o andamento efetivo do projeto teve sim a mão de Petraglia, creio que fatores políticos diversos foram responsáveis pelas decisões de FIFA. Em um torneio que envolve milhões, dinheiro público, cargos e articulações políticas inúmeras, é ridículo acreditar que apenas a demora nas obras nos privou de uma aparição mais efetiva. Cidades com estádios virtuais foram escolhidas para sediar o evento e a Arena, obra mais avançada do país, fica de fora? Ruim para o Estado, péssimo para Curitiba e bom para o Atlético. Em 2014 teremos um estádio praticamente novo e, se estivermos em boas mãos, haverá recurso suficiente para investir na equipe.
IV- Doping de “Morro” Garcia: A política de contratações da atual diretoria é hedionda. Jogadores encostados e baleados são contratados por interesses empresariais, por indicação do papagaio e da sogra. É um amadorismo sem tamanho (vale lembrar que em 2008 não era muito diferente. Alô, CapGigante!). Agora essa. Garcia já não vinha bem, perde gols fáceis, se posiciona mal e não está suportando a pressão de ter que ser o “homem gol” do Atlético, e o desfecho dourado foi a notícia do doping-aparentemente por uso de cocaína-. Vamos colocar essa contratação na conta de quem? No plano do torcedor? Quem levou uma boa comissão na contratação do gringo?
Nosso foco no momento? Empurrar, apesar de tudo, nosso time para que atropele o Ceará e comece uma improvável reação. Vamos acompanhar: o ano ainda não acabou.
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