Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Medo

14/10/2011


O Atlético da última quinta-feira, diante do mediano Vasco da Gama, não teve medo de perder. Teve sim o medo de vencer. Parecia não acreditar em suas próprias forças, parecia não crer na vitória, como se fosse algo sobrenatural.

Incrível, mas deixamos de acreditar em nós mesmos. Nos entregamos, nos abatemos, recuamos e passamos novamente a viver dos chutões, como se a bola queimasse nos pés. Não tivemos a coragem de continuar atacando e a ousadia de meter três, quatro ou cinco gols no adversário. Isso para nós passou a se tornar algo extremamente difícil, praticamente impossível.

Quando um time está tropeçando nas próprias pernas, sem qualquer qualidade, jogando mal e consegue “achar” dois gols, até concordo que seria um risco grande se lançar ao ataque e tentar matar o jogo. Mas não há o que se falar do Atlético de ontem, especialmente o do primeiro tempo. Jogando um futebol determinado, ofensivo e de surpreendente disposição e qualidade, botou o Vasco na roda, deu um nó na cabeça do treinador carioca e chegou às redes com enorme competência e simplicidade. Do meio para frente estávamos matando as saudades do nosso Furacão.

Recuar a equipe na segunda etapa foi um verdadeiro pecado. Algo para angustiar o coração atleticano, fazendo passar um filme conhecido na cabeça do torcedor. Era só esperar o golpe final. A saída de Guerrón para a entrada de Adaílton e, principalmente, a inexplicável e injustificável troca de Morro por Jenison, frustrou, decepcionou e derrubou um balde de água fria na torcida do Atlético.

Antonio Lopes, com medo de vencer, errou feio e está enterrando as esperanças do atleticano. Não é possível que um treinador que se diz conhecedor de futebol, em sã consciência, faça o que Lopes fez. Esse medo absurdo pode devastar os sonhos do Atlético e pode sim nos custar a segunda divisão.

A atitude do técnico foi sim, sem dúvida alguma, uma atitude juvenil. E quem tem medo de vencer, jogará sempre para, no máximo, se conformar com o razoável. E o razoável, para o Atlético, é pouco, ou quase nada.

Lopes foi, no mínimo, irresponsável.


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