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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Gracias, Nieto!
03/10/2011
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Quando a dor é muito grande, quando as esperanças estão escorregando entre os dedos e fugindo do coração, parece que nada mais adianta, parece que nada mais cura. E a dor aumenta, e a esperança cada vez mais vai sumindo, e o coração vai esvaziando, como se esvazia o coração machucado de um torcedor apaixonado.
Para o futebol, especialmente, há um remédio para a dor: o gol.
O grito de gol é o remédio para a alma, é a simplicidade de um abraço, é o renascer de algo que estava tantos e tantos dias e cada vez mais tomando distância do atleticano: a esperança. De nada serve a matemática, os cálculos mirabolantes, a torcida pelo tropeço dos concorrentes diretos, se não existir o gol. A única fórmula mágica para o sucesso, para o alívio e para a mudança.
Nieto, nosso camisa 9, trouxe novamente ao coração atleticano a crença de que, definitivamente, ainda dá! Federico Nieto fez o que tinha que ser feito, e fez o que é preciso para que se continue acreditando. Os gols mais fáceis, teoricamente, ele perdeu. Mas ele não desistiu. E os grandes não desistem nunca, e usando a cabeça, duas vezes, nosso camisa 9 guardou a pelota nas redes.
E o torcedor atleticano, angustiado, nervoso e quase sem esperanças, tirou forças sabe-se lá de onde, empurrou o Furacão para cima do adversário e voltou a acreditar. Ah, como é bom ser atleticano!
O primeiro gol, como num tiro curto e com raiva, serviu para recuperar a autoestima, bater no peito e gritar: vamos em frente! No segundo gol, como num ato de superação, força e impulso, o atacante colocou a bola no cantinho, único lugar onde a redonda poderia ter entrado. Centímetros de diferença para um lado ou para outro, teríamos que dobrar as nossas forças na torcida de que apenas um gol fosse suficiente.
Nieto não é o atacante dos sonhos. Nunca foi. A diferença é que Nieto, no melhor estilo “Kleber Pereira”, não dá as costas para a dificuldade, não deixa de ajudar na marcação, não se omite e está sempre lá, pronto para errar ou acertar, e só erra quem está lá, chamando o jogo no peito e assumindo a responsabilidade. Quase mata o torcedor do coração, desperta a ira de muitos, mas quando balança as redes, prova, de uma vez por todas, que o amor supera o ódio.
“Eu sabia que era uma responsabilidade muito grande, mas gosto desses momentos em que os homens precisam aparecer e dar a cara” (Federico Nieto)
Pelos dois gols, pelo forte desejo de vencer, pela superação e por nos devolver a esperança...
...Gracias, Nieto!
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