Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Retrato do amadorismo

09/09/2011


O amadorismo com que o Atlético tratou da bola em 2011 pode ser resumido no seu atual diretor de futebol.

No cargo de diretor de futebol desde maio de 2011, Alfredo Ibiapina coleciona erros a frente do futebol rubro-negro. Fazendo ou falando, o atual homem forte da bola do furacão é a síntese de um time que fez várias apostas, todas erradas.

Alfredo assumiu dizendo que o clube lutaria para ser campeão, quando toda torcida tinha certeza de que se tratava de mais um discurso vazio, principalmente para quem se dignou a acompanhar o primeiro semestre e viu em campo um time fraco e sem grandes perspectivas pela frente.

Foi as compras e não acertou. Nenhuma das contrações vindas com o seu aval emplacou. Gastou, andou, viajou e o resultado em campo foi nulo. Algo extremamente natural ao se constatar que o mesmo não tem nenhuma experiência no cargo e seu estágio ocorreu no pior período possível, já que o clube em momento algum planejou algo na bola em 2011. O resultado está aí.

O que poderia ter sido sua única grande tacada no ano ruiu. A contratação de Renato Gaúcho foi aprovada pela torcida, mas o pit-stop dele no comando do clube apenas nos fez perder dois meses de trabalho.

Foi cobrado pelo treinador, pelos jogadores e pela torcida e não conseguiu resolver a questão da contratação de um atacante. O saldo disso foi de um atleta sendo queimado como forma de cobrança e o clube com cada vez mais dificuldades de botar a bola na rede.

Alfredo Ibiapina abalizou abrirmos mão da Copa Sul-Americana e hoje estamos fora da competição, sem o treinador que fez essa opção e continuamos na zona do rebaixamento.

A última do amador aconteceu ontem. Todos viram que o Atlético foi roubado, mas a atitude de Ibiapina deixou clara a sensação de alguém que precisava fazer pontos com a torcida e o fez da pior forma possível, colocando o clube com chances de ser punido com a perda de mando de campo. Ele irá ressarcir o clube e o torcedor caso isso ocorra?

Em apenas cinco meses, o homem centro desta coluna não acertou e deixou cristalino que o Atlético está tratando do futebol de forma amadora, com isso se o rebaixamento rubro-negro acontecer não será nenhuma surpresa.

Para quem não planejou nada em 2011, o resultado não poderia ser diferente do atual.


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