Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Só a razão não nos salvará

02/09/2011


O momento é crítico. Atleticanos desesperados fazem contas, projetam vitórias, gols pró e as possibilidades de vitórias que ainda nos restam: o buraco das almas é logo ali. Estamos dando uma pequena olhadela no abismo desde 2008 e o péssimo planejamento no futebol não é uma novidade para o time da Arena.

Seria até redundante criticar Marcos Malucelli, pois todos sabem que o homem sairá debaixo de vaias, envergonhado publicamente e terá seu nome completamente apagado da história rubro-negra. Ainda que MM se esforce para obter todos os recordes negativos, macular nossa camisa e destruir a imagem nacional de nossa equipe, a esperança dos atleticanos é o tão esperado fim do ano, o fim do mandato e início de novas perspectivas.

Dentre todas as catástrofes ocorridas, no entanto, teremos que unir esforços para sair ileso ao menos de uma delas: o rebaixamento. O fantasma agora é mais real do que nunca. Mais uma mudança de técnico, o gramado é alvo de críticas, e impede um futebol vistoso, a falta de atacantes qualificados, a notória e conhecida divisão do elenco e a perda de pontos que pareciam garantidos, nos colocam em um flerte interminável com a segunda divisão.

Racionalmente, amigos atleticanos, eu diria que não temos time e condições para sair da zona morta. Teremos cruzamentos complicados no segundo turno e a perspectiva não é nada amigável. Isso quer dizer que iremos cair? De forma alguma. O futebol não é matemático. É movido por paixões e forças desconhecidas. Equipes épicas são abatidas por pequenos desconhecidos, relendo a tradicional história de Davi e Golias, times fraquíssimos e desesperados salvam-se milagrosamente, o Fluminense de pouco tempo atrás, esquadras retrancadas vencem a Eurocopa e assim por diante. Os exemplos são intermináveis e provam que nem sempre o melhor vence e que a lógica é deixada de lado em muitos momentos.

Agora, mais do que nunca, temos um técnico folclórico. Um homem que só usa camisa vermelha nos jogos, reza para seus santos e está sempre acompanhado de sua fiel companheira. É o momento adequado para que um elemento estranho dê força ao trabalho de superação. Sei que não poderemos abrir de mão da disciplina tática, dos treinamentos duros e do esforço contínuo, mas a “religião” atleticana já nos deu provas de que nossa história está sempre sendo construída com elementos surpreendentes e milagrosos.

As próximas páginas do Atlético ainda nos reservam muitas surpresas.

“Rubro negro vai, com raça e emoção”.


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