Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Sanidade

31/08/2011


Não há nada que seja maior evidência de insanidade do que fazer a mesma coisa dia após dia e esperar resultados diferentes. (Albert Einstein)

Quarta-feira, 31 de agosto de 2011. Nós, torcedores atleticanos, o técnico Renato Gaúcho e nossos atletas dentro de campo, todos temos a obrigação, a partir das 20h30, de reescrever a história e desenhar o segundo turno do campeonato brasileiro com linhas e traçados totalmente diferentes do primeiro. Não incluo a diretoria perturbada do clube neste momento de união, pois com ela, definitivamente, não é possível contar. A não ser que nossa união alcance um resultado extraordinário, aí sim veremos presidentes e diretores concorrendo por uma cadeira nos programas esportivos de domingo à noite.

É hora de recomeçar!

Hora de Renato Gaúcho meter mesmo a boca no trombone, sacudir esse elenco, distribuir motivação e gritar na beira do gramado, exigindo dos seus comandados sempre o máximo, o sangue, o suor e a vontade de vencer.

Hora de Renan Rocha aprender a soltar a voz, berrar na hora de socar as bolas alçadas e expulsar nossos adversários da grande área: “É minhaaaaa.... saaaaaai”. Assim, com tudo, sem medo de errar. Aliás, não podemos mais ter medo de nada. Nossos zagueiros precisam ser verdadeiros leões, nossos alas precisam ser mais agressivos, nosso meio mais ousado, mais ofensivo, mais rápido e nosso ataque precisa ser muito mais eficiente.

Não é hora de olhar para trás. Não é hora de chorar pelo caminhão de euros que foi lançado ladeira abaixo apenas para calar a boca da torcida ao dizer que foi feito sim o investimento em chuteira. Não é hora de lamentar por todos aqueles grandes atacantes que poderiam estar na Baixada, nem os mais caros, nem os mais “em conta”. Se não temos Fred ou Borges, é porque um dia tivemos Bolicenho no comando do futebol (quanto tempo perdido!) e por outro lado, se não temos Kempes ou Somália (atletas muito mais baratos do que Morro, por exemplo) é porque temos uma diretoria simplesmente inexistente, beirando a incompetência e ao descaso. Diretoria ingênua e irônica, a qual não merece o meu respeito. Diretoria omissa, que se esconde na hora da tormenta, hora em que o torcedor precisa de um conforto e uma palavra de fé.

Por essas e por várias outras, Renato Gaúcho está certo sim em fazer de tudo para tentar encontrar opções para o ataque. Fransérgio é o grande culpado? Lógico que não! A culpa é de quem está lá, atrás dos vidros blindados, assistindo ao show de horrores que eles mesmos promoveram.

Mas não é hora de apontar os culpados. É hora de voltar à realidade e combinar entre nós, a turma da sanidade, que vamos apoiar o Atlético como nunca e fazer deste novo turno, um novo capítulo na história do clube.

Temos um encontro na Baixada, para começar a fazer tudo diferente do que tem sido feito.


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