Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Realidade

30/08/2011


A realidade é dura. A realidade é crua. A realidade é nua e crua. Fantasiar é mais fácil, tangenciar é mais cômodo. Duro é enfrentar a realidade. E ao final deste primeiro turno, nada melhor que olhar um pouco para trás e analisar a realidade do Atlético. E ela é dura. É crua.

Por muito tempo, e nessa incluo não só a direção como parte da torcida e imprensa achamos que o time nem era assim tão ruim. Jogadores da estirpe do emergente Manoel, da categoria de Branquinho, com a experiência de Paulo Baier, um jogador regularíssimo como Paulinho, jogadores com qualidades e vindos de times de ponta como Madson, Wagner Diniz e o pentacampeão Kleberson e a fama que precede um jogador campeão de Libertadores como Guerron nos davam muitos elementos para sermos confiantes.

E com tanta promessa de “coisa boa que viria por aí” acabamos achando algumas soluções caseiras, tendo por destaque dois que já estavam aqui e eram preteridos pelos treinadores anteriores como o bom goleiro Renan e o incansável David na proteção de zaga.

E a demora em encontrar essas soluções, muitas vezes por teimosia dos treinadores, por uma inexplicável letargia e omissão do departamento de futebol nos fizeram mais uma vez cumprirmos um primeiro turno patético, onde mesmo a atual campanha de sete partidas de invencibilidade ao seu final não nos tirou da área da degola. Mesmo com toda a mobilização e esforço ainda estamos muito mal no campeonato e temos que (mais uma vez) apelarmos para mobilização, superação e termos que correr o dobro do adversário para simplesmente permanecermos na primeira divisão.

Os dois rebaixamentos do Coritiba nos últimos anos acabaram por trazer um efeito inverso na vida do Furacão. Com a faca e o queijo nas mãos, ao invés de submetermos o rival a uma posição inferior, podendo ser tetra, penta estadual, fazermos campanhas nacionais e até internacionais que conseguissem fixar nossa marca na lembrança dos paranaenses interior e litoral afora, nos acomodamos, paramos no tempo, sucateamos a base e sequer o coxa conseguimos vencer. Desprezar o clássico como estava sendo feito nos custa isso, anos sem vencer o rival e tendo um presidente que vai encerrar seu mandato tendo ainda uma única chance de vencê-los para não ter mais essa marca negativa sob sua gestão.

A triste realidade é que talvez nunca o Atlético tenha tido tantas oportunidades de dar o salto de qualidade que precisa, que merece e desperdiçou por falta de visão, de planejamento e de ousadia. O ano de 2011 prometia tanto e está sendo jogado no lixo, nos restando somente a eterna luta contra o rebaixamento como “título” a ser alcançado. Pior se o time vier a “comemorar” uma possível vaga na Sul Americana ano que vem, para chegar lá e fazer de tudo para ser logo eliminado, fato que os erros são uma constante e exceção feita a 2010, são repetidos já há meia década.

Até quando o Atlético viverá esta triste realidade?

ARREMATE

Todos os caminhos me levaram a você/
Ó, luz da excelência.”
- Luz da Excelência – ZÉ RAMALHO


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