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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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Premiere Futebol Clube?
19/08/2011
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Um pequeno prospecto do Clube Atlético Paranaense - segundo os comentaristas e narradores do canal Premiere Futebol Clube.
- Nós nunca estamos jogando bem. Nunca. Em todos os cotejos estamos sendo pressionados, o adversário está melhor, o oponente dará o bote mortal a qualquer momento e as esparsas vitórias do Furacão são uma fatalidade, um crime, um atentado contra o futebol arte e a glória do esporte bretão. Se dominamos boa parte do jogo contra o São Paulo, e soubemos controlar as ações do time do Morumbi, o natural seria que perdêssemos de goleada. Afinal, somos o Atlético Paranaense e não podemos ganhar com mérito.
- Somos o pior time do Brasil. Temos que cuidar com os adversários, respeitar o peso das camisas alheias e estender o tapete vermelho para que as celebridades majestosas que nos enfrentam possam mostrar seus talentos.
- Passamos a ter o campo mais esburacado do país. O Pacaembu é um tapete que lembra os suntuosos gramados ingleses, a Arena do Jacaré possui plenas condições de receber uma final de Copa do Mundo e o Engenhão deveria ser o exemplo de infra-estrutura e perfeição que a Fifa exige. Mas a Arena? Ah, não tem condições de jogo. Aliás, seguindo o raciocínio dos comentaristas e narradores do PFC, ganhamos a maioria das partidas em casa por conta da precariedade do campo (ah, tem um barulhinho da torcida ao fundo, mas nada que se compare ao estrondo do “bando de loucos pelo Corinthians”...)
- Se somos visitantes já saímos o jogo perdendo. Afinal, narradores e comentaristas são, sobretudo, torcedores. Se o jogo é em Goiânia os homens da televisão opinarão sobre o time da casa, escalarão a melhor formação e tratarão de criticar o visitante. A imparcialidade jornalística, a atenção aos fatos e estatísticas e o compromisso de informar com veracidade são artigos ultrapassados.
- Nossos dados negativos são as estatísticas mais importantes da partida: “lembrando que o Atlético ainda não marcou nenhum gol”, “só para constar que a campanha do time do Paraná, sic, é a pior de toda era dos pontos corridos”, “vale ressaltar que a equipe de Curitiba, sic, ainda não conseguiu pontuar fora de casa”. Ah, mas nos últimos anos fomos Campões Brasileiros, vice- campeões, jogamos final de Libertadores e somos o sexto clube que mais pontuou no sistema de pontos corridos: detalhes irrelevantes, claro.
- Somos conhecidos por diversos nomes e alcunhas- embora ninguém tenha nos informado sobre isso-: “clube do Paraná”, “equipe de Curitiba”, “Atlético do Paraná”.
Atlético Paranaense, Furacão e Rubro-Negro são apelidos internos, aquela coisa de torcida que ninguém fica sabendo.
Senhores do PFC: nós pagamos uma cota mensal que é igual àquela recebida de torcedores de outros times. Não estamos doando nosso dinheiro para que vocês continuem com esse amadorismo ridículo e tendencioso. Por favor, escalem narradores que tenham algum domínio sobre o assunto- dicção e emoção são requisitos também.
Júlio Oliveira, Edson Militão, Felipe Lestar e Jasson Goulart: procurem outra profissão. O mercado é diversificado e vocês poderiam ter sucesso em outras carreiras – algum cargo na diretoria do Coritiba, quem sabe -. As raras oportunidades em que não posso ir à Baixada me deixam pesaroso, e profundamente deprimido, na medida em que sou obrigado a aguentar o desfile de bobagens que vossas senhorias proferem quando narram um jogo do meu time.
Tenho saudade mesmo é de assistir aos jogos narrados pelo Silvio Luiz.
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