Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Tchau, azar!

25/07/2011


Três pontos! (Em uma só partida). O Furacão voltou a vencer, nação rubro-negra! Aquele sapo que estava enterrado na Baixada não só foi encontrado como devolvido ao seu hábitat natural, o estádio Erasmo Carlos – Tremendão, para o famoso setembro negro do rival. Vamos aproveitar o momento pra esquecer diferenças político-pessoais e enaltecer o Atlético. Chega de fogo-amigo, de crítica pela crítica, quem foi ao estádio mais moderno do país sábado com certeza saiu arrepiado, viu a torcida jogar junto com o time e apoiar até quando o passe não saia como desejado, quando o chute mais parecia um peido de veia, ou quando sabíamos que o chutão do zagueiro seria “pra ninguém”.

Renato Gaúcho escalou Edilson, que fez sua estreia pelo Atlético, no lugar de Wagner Diniz, Marcinho no lugar de Róbston, e foi obrigado a escalar Gustavo Araújo no lugar do lesionado Manoel. Todos estes jogadores a que me referi fizeram ótimas partidas. Edilson é um lateral muito forte, que aparece bem no ataque e não compromete na defesa, além de ter deixado uma boa primeira impressão nas cobranças de falta (levantando a bola na área). Marcinho foi uma grata surpresa no retorno dos Emirados Árabes. Quebrando a regra de que jogadores emprestados pelo Atlético ao exterior retornam abaixo da crítica de seus contratos, o meia voltou com tudo, em boa forma física, vontade de vencer e passes açucarados. Gustavo não comprometeu no lugar de Manoel.

O primeiro tempo começou fechado, as duas equipes tinham dificuldade em chegar ao ataque pela forte marcação exercida na meia cancha. Aos 39’ Marcinho lançou Kleberson, que mesmo em partida apagada cruzou na medida para Morro dominar e bater, marcando um belo gol, um a zero pro Furacão e o Caldeirão ferveu, soltando o grito que estava entalado. O uruguaio pegou confiança com o gol marcado e quase repetiu a dose ainda na primeira etapa. Aos 44’Paulinho lançou, o gringo recebeu pouco a frente do meio campo e carregou a bola em velocidade até a entrada da área, quando fuzilou o goleiro Jefferson e a bola caprichosamente tocou no travessão antes de se perder pela linha de fundo.

Sem mais emoções na primeira metade da partida, o Rubro-Negro voltou com o mesmo time e a mesma determinação para a segunda. A zaga continuou jogando firme, com mais uma ótima atuação do zagueiro Fabrício, Deivid foi novamente um monstro na marcação, anulando a criação do time da estrela solitária. Ainda assim o adversário criou chances para empatar a partida, que pararam no travessão e em duas ótimas defesas de Renan Rocha, que se redimiu pela falha em São Januário.

Aos 29’ o nome do jogo apareceu para marcar de cabeça o segundo gol atleticano e dar um pouco de tranquilidade à equipe e à torcida. El Morro completou excelente cruzamento de Marcinho na saída de Jefferson e vai mostrando o porquê do alto investimento feito pelo Atlético. Trata-se de um jogador com várias características, tem bom domínio de bola, velocidade, e conclui bem tanto com os pés quanto de cabeça.

Após a tranquilidade, um susto. Aos 43’ o botafoguense Alexandre fez boa jogada pelo lado esquerdo da defesa atleticana e descontou para os cariocas. O árbitro assinalou quatro minutos de acréscimo para o desespero da torcida, mas a equipe soube gastar o tempo mantendo a posse de bola até o apito final, para o delírio dos 14 mil presentes, que comemoraram muito a primeira vitória do Furacão no Brasileiro. A primeira de muitas, da arrancada que com certeza vai tirar o Atlético dessa situação e “colocará no seu devido lugar”, nas palavras de Renato Gaúcho após o jogo.

Uma coisa que tem me preocupado é a fragilidade do setor esquerdo de defesa. Paulinho não consegue render o que rendeu no Brasileiro passado, mas não podemos atribuir a ele todos os gols que levamos por aquele lado do campo. Explico: estamos jogando com Deivid, Kleberson, Santana e Marcinho no meio campo. Desses, apenas Coquinho tem características de marcação, mas fica sobrecarregado, já que geralmente fica responsável por anular o principal armador do adversário, com isso a cobertura dos laterais fica comprometida, não bastasse a má fase do nosso lateral esquerda. Ano passado Chico, ainda que mediano, fazia a cobertura daquele setor, hoje há um buraco. Conversei ontem com o meu xará, volante Paulo Roberto, e ele disse que a artroscopia que terá que fazer ficará para o final do ano, sendo assim estará disponível para o jogo contra o Ceará. Não sei se é efetivamente a solução para o problema, mas eu faria a aposta, entrando assim no lugar do Xaropinho.

Aproveito para falar de outros dois jogadores que estavam de fora por lesão e que também podem ficar à disposição contra o Ceará: Wendel e Paulo Baier. O primeiro é versátil e pode ser útil tanto como volante, quanto como lateral direito, enquanto que o segundo perdeu a vaga na equipe titular, mas se souber aceitar a condição de reserva, o grupo ganhará muito. O maestro é experiente, pode entrar tanto para segurar quanto para definir um jogo difícil. Souza foi um reserva humilde e de luxo em 2001 e até hoje é lembrado como um titular por muitos.

Amigos atleticanos, sábado provamos que quando estamos unidos, fazemos a diferença. Apesar da péssima fase que enfrentávamos, levamos 14 mil pessoas ao estádio mais temido do país e jogamos junto com o time, ajudando a reencontrar o caminho da vitória. Vamos continuar nessa corrente, nesse espírito de união, deixando de lado qualquer coisa alheia ao grande objetivo atleticano: O FUTEBOL. El Morro despachou a zica, mandou o azar pra longe, acabou com a uruca e começou a arrancada do nosso querido Furacão. Vamos juntos, ninguém pode contra um Atlético unido!

@PaulaoPerussolo


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