Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Azedou o bacalhau

18/07/2011


Mais um resultado negativo do Atlético no Brasileirão. O time parece ter acostumado com as derrotas e apesar de não ter feito uma partida ruim não conseguiu sequer pontuar em São Januário.

Renato Gaúcho surpreendeu a todos – negativamente – na escalação. A novidade foi a entrada de Róbston no meio de campo, deixando Cleber Santana mais livre para criar e Madson avançado para se aproximar de Morro Garcia. A intenção do treinador era “povoar” o meio de campo, evitando que o adversário ganhasse o setor, que contava entre outros com a qualidade de Juninho Pernambucano.

Quem não surpreendeu os atleticanos foi o próprio Róbston, com um futebol medíocre, muito abaixo do que se espera de um jogador de clube de primeira divisão. Ainda assim o Rubro-Negro saiu na frente depois de boa jogada iniciada por Santana na intermediária, que tocou para Kleberson lançar Madson, trabalhando a bola com Paulinho que tocou para a pequena área na saída de Fernando Prass, onde apareceu Xaropinho para de esquerda completar para o fundo das redes aos 9’, Furacão 1X0.

O gol deu maior tranqüilidade à equipe, que mantinha a posse de bola, apesar de não criar chances de gol. O Vasco sentiu o gol e pouco criou durante a primeira etapa, até que no último lance do primeiro tempo o setor esquerdo da defesa atleticana falhou e Alecsandro empatou. O improvisado lateral direita dos cariocas driblou Madson, Paulinho ficou perdido na jogada olhando o adversário cruzar para Eder Luis chutar fraco, de canhota, no centro do gol, quando Renan Rocha falhou feio, bateu roupa nos pés do camisa 9 do Vasco, que completou para as redes.

O segundo tempo foi marcado por mais chances claras de gol, principalmente pelo lado do Furacão. Cleber Santana lançou na área, El Morro disputou e Madson perdeu gol feito. Com a entrada de Marcinho a equipe passou a oferecer mais perigo a Fernando Prass; após boa jogada do meia atacante, que acaba de voltar da Arábia Saudita, Madson driblou o zagueiro e chutou cruzado, pra fora. Em mais uma boa jogada de Marcinho e Madson, que tabelaram com passes rápidos e de primeira, o ex-vascaíno disperdiçou mais uma ótima oportunidade.

Quem não faz, leva, e aos 27’ do segundo tempo, em nova falha do setor esquerdo do Atlético, Paulinho deixou Eder Luis cruzar na cabeça de Alecsandro, que aproveitou o erro de Manoel para marcar o segundo dele e virar a partida, azedando o bacalhau. Depois disso o Atlético só ofereceu algum perigo em jogadas aéreas, com Guerrón e Fabrício, não o suficiente para evitar mais uma derrota no campeonato. Segue o tabu de nunca ter vencido em São Januário, segue o calvário da fuga do rebaixamento.

Fabrício, extremamente seguro na defesa, Cleber Santana inteligente na criação e Marcinho, grata surpresa no retorno do exterior, foram os destaques do Atlético na partida. Madson se movimentou muito bem, criou ótimas jogadas, mas fica de fora porque não pode perder tantos gols em um momento como este. A equipe segue carente de reforços, principalmente para a lateral esquerda, para o setor de criação e para o ataque, mas apesar dos resultados ruins, teve outra postura contra Avaí e Vasco e tem condições de sair do buraco.

A situação é horrível, o torcedor está de saco cheio, mas não resta outra opção que não lotar a Arena no próximo sábado, contra o Botafogo, e apoiar os jogadores para que consigam a primeira vitória no Brasileiro e iniciem a arrancada que vai tirar o Furacão dessa. Se nós, atleticanos, não acreditarmos, quem irá acreditar, a coxarada? Não será fácil mesmo, mas torcer quando o time está bem é melzinho na chupeta, a aguerrida torcida atleticana não pode abandonar o Furacão. Essa diretoria incompetente passará, os jogadores passarão, o treinador passará, mas o Clube Atlético Paranaense fica.



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