Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Segundo semestre

04/07/2011


Escrever sobre o Atlético, desde o início do ano, é um exercício de investigação sobre "o que está errado", "como podemos sair desta", e por aí vai. É a nossa triste realidade, e a situação é cada vez mais preocupante.

Insisto na idéia de que temos dois problemas principais a serem resolvidos.

O primeiro é a falta de criatividade do time. Para mim, já está muito claro que Paulo Baier, Branquinho e Mádson não resolverão nossos problemas. O primeiro está nitidamente sentindo os efeitos da idade. Não consegue mais concatenar as jogadas como fez nas temporadas anteriores, e sequer nas bolas paradas tem conseguido ser decisivo. Branquinho despontou como um jogador habilidoso, mas seu estilo "cai-cai" e sua moleza o separam de ser um jogador efetivamente produtivo. Mádson, por sua vez, é marcado por sua irregularidade, talvez fruto de seu confesso comportamento extra-campo "não exemplar".

Não vejo esperanças para o Atlético enquanto não tivermos uma nova alternativa para o meio-campo. Os três acima citados podem nos ajudar, mas claramente não são suficientes para concentrar as jogadas do time. Sem alguma novidade, o reforço "El Morro", contratado a peso de ouro, terá pouquíssimas chances para concluir a gol, e será rapidamente fritado no estádio, por uma torcida cada vez mais chata.

O outro fator determinante para este fracasso em 2011 está no comando técnico. Todas as decisões do Clube neste quesito parecem ter sido equivocadas, desde a manutenção de Sérgio Soares para o início da temporada, passando pela sua demissão quando não havia alternativa de qualidade para o substituir, chegando à própria contratação de Adílson Batista, cujo inêxito como treinador pegou muitos de surpresa.

Mais uma vez, estamos substituindo o comando técnico no meio de um campeonato, o que nos deixa com opções bastante limitadas. Renato Gaúcho é o nome do momento, tratado abertamente (não sei qual a necessidade de a imprensa saber disso) pela direção de futebol como a prioridade do Clube.

Fosse o início da temporada, eu torceria o nariz ao Renight, em especial pelos valores que são cogitados para a contratação. Porém, para tiro curto pode funcionar, se conseguir fechar o grupo e tirar o algum rendimento deste elenco que, espero, seja reforçado).

Acertando na contratação de reforços, especialmente para o meio-campo, e, finalmente, na escolha do treinador, o Atlético pode fazer um segundo semestre para salvar o primeiro. Aliás, isto passa a ser necessidade para evitar a desgraça de um rebaixamento cada dia mais iminente.


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