Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

O ano do Furacão

04/02/2005


Sou uma otimista-nata. E esse meu otimismo me impede de pensar outra coisa senão o fato de que a temporada de 2005 para o Atlético será muito melhor do que o ano passado. Se em 2004 o Furacão da Baixada deu o ar de sua graça para o Brasil – e como fez barulho! – chegou a hora da América saber quem são os atleticanos.

Que usemos na competição mais importante do continente o exemplo de seu último campeão: para ganhar a Libertadores, muito mais do que ter um elenco forte, é preciso ter "espírito de Libertadores". Aquela velha fórmula de vontade e raça, que levou inclusive o brasileiro Grêmio ao topo das Américas. Chegou a hora do Furacão. Da união de uma torcida fanática e vibrante, com um time que joga no mesmo ritmo, não tenho dúvidas de que o Atlético pode sim sonhar alto na competição.

Do elenco vice-campeão Brasileiro, perdemos peças importantes, uma de cada setor do campo: o zagueiro Marinho, o meia Jadson e o atacante Washington. Nossas fichas agora se concentram em Baloy, Fernandinho e Maciel. Não diria que eles estão à altura dos que saíram, até porque ter a segurança de Marinho, a genealidade de Jadson e o oportunismo de Washington não é sempre que se encontra. Mas são peças que se encaixam sim dentro da estrutura do time. As coisas vão ser difíceis este ano, não tenho dúvidas. O que me pergunto é: e quando foram fáceis? Acredito sim num ano de muito trabalho, muito empenho, muita dedicação e, é claro, muitas conquistas para o Atlético.

Tem quem acredite que as coisas não estão se encaminhando bem, afinal, perdemos peças importantes. Mas as mesmas dúvidas que hoje colocamos em Baloy, Marín, Maciel, ano passado eram para Marinho, Washington, Fabiano. Volte na memória.... Quem nunca ouviu (ou falou): "Marinho? Aquele que está há meses parado depois de sair da Ponte?". Ou então: "Washington, aquele com problemas no coração?". Ou quem sabe: "Fabiano, aquele que está em fim de carreira?". Pois bem, todos esses que em janeiro de 2004 nos davam ares de dúvida e nos colocavam várias interrogações, no final do ano deixaram a Baixada com aplausos em pé de uma torcida agradecida e emocionada.

A ordem natural no futebol é assim. Jogadores vão, jogadores vem. Feliz de nós que quando perdemos Kelly, colocamos Adriano; quando perdemos Gabiru, tínhamos Jadson. Agora, chegou a vez de ver Fernandinho, Evandro e Ticão brilharem. E para que tudo ocorra bem durante todo o ano para o Atlético, que eles trabalhem sério e tenham sorte e sucesso. Assim, as conquistas virão, para a nossa felicidade.


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