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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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O mar de incertezas
01/07/2011
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Poderíamos passar dias analisando os resultados aterradores ou os números hediondos que nossa equipe acumula até aqui. Outra maneira de agir, seria pedir a saída de um ou de outro dos figurões de terno que dirigem a instituição. O fato é que estamos combalidos e, por mais incrível que isso possa parecer, a notícia que mais anima grande parte dos torcedores é o anúncio da candidatura futura de Mário Celso Petraglia. A bruma medieval que envolve o Atlético nesse momento parece ser mais densa do que imaginávamos e seu alcance vai muito além de uma simples mudança de treinador. Aliás, a tão famigerada reviravolta no comando técnico não dá indicações de um horizonte mais propício; longe de analisar esse ou aquele nome, assunto que por si só renderia uma coluna inteira, creio que os torcedores não acham que um novo comandante seja capaz de infundir vida em nossa moribunda e cataléptica equipe.
O que nos leva a crer que o novo “coach” fará diferente do eixo Soares-Geninho-Batista? As características gerais do time permanecem inalteradas: dificuldade na definição de um sistema de jogo, pouca mobilidade, falta de vontade e tesão, apatia geral e desordem. Ídolos que são chutados pelas portas dos fundos, superávit que não se traduz em campo, torcida “chata”, morte do “Caldeirão”, Baier e as panelinhas: até mesmo esses assuntos já nos esgotaram. Não queremos mais promessas de diretores de futebol, novatos ou experientes, não queremos entrevistas públicas cheias de pompa sobre a instituição Atlético, que vai bem, obrigado?, não toleramos mais as trapalhadas contratuais, as contradições internas e, sobretudo, o horroroso, o medonho futebol que estamos apresentando diante de adversários de qualidade duvidosa.
Seguindo na listagem dos náufragos do mar de incertezas, Clube Atlético Paranaense, nós, colunistas, também estamos fartos de “brincar de detetive”. Toda semana quebramos a cabeça tentando entender o que se passa, encontrar culpados e livrar a cara dos inocentes. O fato é que não estamos aqui só pra isso. Eu, por exemplo, queria poder dar um título feliz à meus textos. Queria tirar do meu vocabulário rubro-negro as palavras “dúvida”, “incerteza”, “fracasso”, “repetição”, “falta de comando” e “apatia”.
Queria, mas não posso. Somos confrontados diariamente com essa realidade amadorística de dirigentes que estão superando todas as formas imagináveis de fracassar.
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