Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Salve-se quem puder!

20/06/2011


O que dizer sobre este início de Brasileiro? Todos estão vendo a tragédia que está esse time, a falta de vontade dos jogadores, os erros do técnico e o resultado de tudo isso. Um ponto conquistado em quinze disputados, zona de rebaixamento, apenas um gol marcado em cinco rodadas, tendo sido convertido em bola parada.

Temos problemas em todos os setores da equipe. A zaga vive batendo cabeça, Rafael Santos faz algumas boas partidas, mas estraga tudo em um lance, quando faz gol contra ou entrega a rapadura de mãos beijadas pro adversário; a lateral esquerda é problema crônico, Paulinho, que havia se encontrado na marcação em 2010, hoje é uma grande avenida, além de continuar a errar absolutamente todos os cruzamentos que tenta.

A indefinição por parte de Adilson sobre um esquema tático prejudica muito. Alguns jogadores já têm uma dificuldade inerente de entender a função que o treinador atribui, quando há muita variação, então, a coisa piora, não há desenho na prancheta que faça entender. Em um jogo são três volantes e um dez clássico, no outro são dois volantes e dois meias de velocidade, e assim continuam as mudanças sem surtir efeito.

O desempenho pífio do Atlético deve ser atribuído a alguns fatores. Vejo alguns rubro-negros atribuindo toda a culpa ao treinador, mas não entendo da mesma forma. Adilson tem errado, tem “queimado gordura” com a torcida atleticana, mas não acho que a simples troca de comando técnico resolva todos os problemas do time. Esta é apenas uma das justificativas para a falta de bons resultados.

Seguindo a regra atleticana nos últimos seis anos, planejamento equivocado, péssimos jogadores contratados e troca frenética de treinadores. Receita de sucesso para o insucesso. Trocar novamente de treinador seria a solução, então? Acho que não. Apesar de algumas teimosias do Pezão, a prática mostra que times campeões são aqueles que mantêm o mesmo treinador por um longo período de tempo.

Além dos problemas já citados na zaga, na lateral esquerda, falta definir quem será o segundo volante (já que Deivid é o único titular ABSOLUTO desse time), falta contratar mais um meia, já que Baier faz recuperação física e Branquinho ainda não entendeu que futebol é em pé e não deitado, e falta contratar mais um atacante, pois até ontem tínhamos apenas três no elenco. Pelo valor pago, é óbvio que a contratação do “El Morro” apresenta algum risco, mas representa também uma mudança de atitude da diretoria. Se antes vinha um Serna com seus trinta e poucos anos e meia dúzia de gols no último campeonato nacional que disputou, hoje chegou Santiago García, com apenas vinte anos, passagem pela Seleção Uruguaia Sub-20, campeão uruguaio semana passada pelo Nacional e artilheiro da temporada.

“El Morro” não pode carregar o peso da solução definitiva para os problemas da equipe, por isso a diretoria de futebol deve trabalhar para contratar mais jogadores que venham para pegar a camisa de titular, vestir e ir à campo resolver. Outro fator que parece estar levando à derrocada do time é o racha no elenco. Os jogadores parecem bastante desunidos e envolvidos em suas panelinhas. A diretoria precisa ser firme para resolver a situação, e não conivente como vem sendo. Ibiapina e Paulo Rink são os responsáveis pelo nosso futebol e precisam tomar atitudes urgentemente para encontrar e acabar com estes e outros eventuais problemas que estejam levando o Atlético ao fracasso.


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