Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Os três pilares de um rendimento pífio

20/06/2011


Pífio. Não há melhor palavra para definir o início de Campeonato Brasileiro do Atlético, que apresenta apenas um ponto e um gol marcado em cinco partidas disputadas.

Mais um ano brigando para não cair? Parece que sim. Fica difícil acreditar que poderemos repetir o ano passado, quando brigamos pela Libertadores até o final do Campeonato.

Por que o 2011 do Atlético vem sendo tão ruim? Me parece que as dificuldades mostradas pelo time sustentam-se em três pilares.

Era Baier

Paulo Baier chegou no Atlético em 2009 e mudou a cara de um time que parecia destinado ao rebaixamento. Com raça e um futebol de primeira linha, o Maestro assumiu uma liderança que há muito não se via no Atlético, trazendo esperança de tempos melhores para o torcedor. 2010, de certa forma, foi um ano para confirmar esta impressão. Centralizado nas jogadas do camisa 10, o Atlético chegou à quinta colocação do Brasileirão, uma ilha de êxito no mar de resultados péssimos desde 2006.

Pois é fato que o craque de 36 anos já não repete as boas atuações. Pode se discutir se Baier voltará a mostrar o mesmo futebol de 2009-2010, ou se a idade pesará, fazendo minguar em definitivo seu bom futebol. Mas é inesquivável a conclusão de que o Atlético precisa ter alternativas para a criatividade e a liderança. Sem Baier (ou com ele em campo, jogando mal) o Atlético é um time inoperante. E, pior, é um time sem alma, que parece desinteressado.

É preciso superar a "Era Baier", com transição ou não. O Atlético precisa urgentemente, de alguma forma, encontrar alternativas de criatividade e liderança, sob pena de continuar um time desinteressado e desarticulado.

Técnico

Desde a saída de Carpegiani no meio do Brasileirão de 2010, o Atlético vem sofrendo com o comando técnico. Sérgio Soares e Geninho não fizeram nada além do que se esperava deles, e Adílson vem sendo uma inegável decepção.

A torcida concentrou muita expectativa em "Pezão", técnico atleticano e de bom caráter, a despeito de seu currículo pra lá de suspeito como treinador. Mas com um time que consegue um mísero ponto em quinze disputados, e jogando muito mal, não dá para deixar de atribuir ao treinador sua considerável parcela de culpa.

O quadro de Adílson se agrava com a teimosia que demonstra, ao insistir em uma formação com três volantes, comprometendo a criatividade sem conseguir, minimamente, fortalecer o setor defensivo.

Vale a pena trocar de treinador mais uma vez, arriscando tudo de novo? Sinceramente, não sei. Mas a permanecer este desempenho constrangedor, não haverá alternativa para a direção.

Rival

O louvável primeiro semestre do rival Coritiba também parece ter abalado o Atlético. O time não vinha tão mal no Paranaense, mas o desempenho histórico do adversário pode ter potencializado os problemas do lado da Baixada, especialmente ao tornar a torcida mais crítica e cobradora.

Tudo acabou bem, os coxas fracassaram na Copa do Brasil e o atleticano deu risada da morte alviverde na praia. Vale lembrar, todavia, que na última vez que os coxas comemoraram um fracasso nosso em uma final importante (2005), esqueceram de olhar para o próprio umbigo e terminaram o ano rebaixados para a Segundona. Abre o olho, Atlético.


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