Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Azeite na engrenagem

03/06/2011


Noves fora o sentimento geral de desânimo e apatia, temos que continuar analisando nosso time e pensando em modos de vencer alguma coisa. Alguém perguntou: “Nosso time é realmente tão ruim assim?” Respondi que: “Não, temos elenco para estar entre os oito primeiros. Para voos maiores precisamos de mais gente”. Segundo o sábio Neném Prancha, a lógica do futebol é muito simples: “quem está com a bola ataca e quem está sem ela defende”. Parece fácil? Vimos muitas vezes nossa equipe tocando a bola pra lá e pra cá, ciscando quando era necessário verticalizar. Chamo esse fenômeno de “parreirismo”: demora nas substituições, teimosia, falta de jogada ensaiada e de agressividade.

Contra o Grêmio, vimos dois times distintos em campo; a equipe do primeiro tempo parecia estar com a doença do sono ou com uma ressaca épica e a da segunda etapa estava muito mais ligada. Daí penso com clareza: precisamos inventar tanto? A torcida cantou a bola e as enquetes não me deixam mentir quanto ao fato de que nós, torcedores, sabemos o time que queremos em campo.

Adilson aponta com “novidades”: finalmente usará um centroavante, irá escalar mais um armador. É um começo. É a coisa mais lógica e elementar a fazer na situação ruim em que já estamos. O fato é que temos a obrigação de trazer um bom resultado de São Paulo para podermos pensar em azeitar a engrenagem e adquirir embalo no fastidioso campeonato nacional. As invenções táticas têm valor na medida em que são variações de uma construção de jogo sólida. Eu, como mero colunista, sempre fui favorável a um estilo de jogo mais agressivo. Atacantes raçudos e hábeis, meias que tenham habilidade e noção de espaço, laterais que subam alternadamente, volantes que saiam jogando e zagueiros que saibam se antecipar e marcar as manjadas jogadas áreas. Não é necessário reinventar a roda, Adilson. Acompanhei seu excelente trabalho no Cruzeiro, sei que com algum tempo, e um pouco mais de paciência, poderá, quem sabe, fazer um trabalho digno de um treinador de primeira estirpe. Estamos aguardando o Furacão entrar em campo.

Copa

Disse ao colega Paulo Perussolo e repito: Atlético gigante, para mim, é aquele que levanta taças. “Não há crise institucional e sim crise no futebol”? Não me convenço. Somos um clube de futebol e temos que pensar em ganhar. Outros fatores, que dão suporte a tudo isso, deveriam ser secundários.

Aniversário

Aproveito o espaço para parabenizar a torcedora e amiga atleticana Thais – que, aliás, foi quem me deu a ideia central da coluna de hoje. Muitos anos de vida e que nosso time nos dê muitas alegrias esse ano.


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