Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Até tu, Pezão?

25/05/2011


É impressionante como as nossas maiores decepções são causadas por aquelas pessoas de quem menos esperamos.

Pode até não ser uma regra geral, mas é exatamente dessa forma que eu vejo a relação do povão atleticano com o nosso técnico.

Afinal de contas, a maioria de nós rubro-negros festejou a contratação do Adilson Batista como quem comemora um título inédito. Entramos de cabeça no túnel do tempo, revimos as histórias, ressuscitamos o Pezão, vibramos ao rever aquela cara ensangüentada, o exemplo de luta e superação em campo, nos deslumbramos com a idéia de um profissional campeão, enfim criamos instantaneamente um ídolo.

Mas como não ficarmos fascinados com a idéia de fugirmos das mesmices e do amadorismo? De que forma não nos encantarmos diante da possibilidade de dispormos de um técnico de alto nível e ATLETICANO no comando do nosso amado Furacão?

Sinceramente não consigo vislumbrar uma receita tão óbvia. Na teoria, a equação perfeita: profissional de renome + cria nossa + identidade + ex-jogador incontestável + espírito copeiro + líder nato = sucesso.

Porém, deve estar faltando alguma coisa nessa conta aí já que as coisas não estão caminhando da forma como sonhamos.

A eliminação precoce da Copa do Brasil – por puro acovardamento – além da escalação exótica e inusitada do último jogo colocou em xeque a confiança dos atleticanos no treinador e ampliou ainda mais esse clima de caos que tende a nos rodear.

Não costumo me desesperar, mas será que essa sensação do “TÁ TUDO ERRADO” não vai passar nunca?

Poxa, será que nem no Pezão, que parecia um oásis em meio a tanta cagada, poderemos confiar?

É difícil trabalhar com a sensatez e com a paciência quando o que se tem a comemorar a vinda de um jogador aparentemente encostado, mas que parecia ter negociado com um outro time e acabou vindo pra cá? Mais é muito mais complicado ver um time entrando em campo com um número inusitado de volantes e os melhores jogadores do elenco sendo preteridos.

Até tu, Pezão?

Espero que depois dessas decepções iniciais, o comandante atleticano identifique o que está errado e conserte, nem que pra isso precise reconhecer que talvez as suas convicções não sejam as melhores para o nosso Furacão!

Não precisamos de uma confissão ou um desagravo pelos insucessos dos jogos anteriores, só queremos que o Adilsão - em quem depositamos nossas melhores expectativas - faça esse time jogar e jogar com vontade.

Mantenho o meu apoio desde que tenhamos uma escalação competitiva nos próximos jogos, entretanto não permitirei que essa minha vontade de que dê certo me cegue e impossibilite a luta por um técnico capaz de tornar o Furacão vencedor.


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