Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Bem no bolso e mal na bola

21/05/2011


Depois de uma estréia como essa que seria melhor não ter acontecido, fica difícil enxergar virtudes na equipe do Atlético. No meu texto da semana passada, manifestei otimismo, em especial com a partida feita diante do Vasco. Mas o jogo contra o Atlético-MG revelou que temos um bando em vez de um time. Contra equipes bem arrumadas há uma forte tendência de levarmos verdadeiros sacodes. O placar até que ficou barato e o que fica, é um sentimento de profunda tristeza. Além de tudo, ouvir a sentença de um comentarista desconhecido do SporTV, que vamos lutar para não cair já na primeira partida do campeonato tem um astral de humilhação prévia.

E a derrota vem misturada com as notícias que explodem toda semana no Clube. Dessa vez foi a matéria do jornal Brasil Econômico, destacando a saúde financeira do Atlético, que tem um “patrimônio grande e uma alta arrecadação”. Vários amigos postaram a matéria e eu mesmo a compartilhei. Mas o fato é que nenhum torcedor atleticano está dando a mínima para isso. Na verdade, alguns até me dizem que preferiam ser campões endividados do que vice milionários. Por trás dessa história, tem uma concepção de gestão cartesiana, quase ortodoxa, pragmática e extremamente racional, que mesmo apresentando excelentes resultados administrativos nos gramados, por enquanto, é um pesadelo atrás do outro em 2011.

Tudo isso deve a forma de administrar o Clube. Não é por acaso que grandes corporações procuram de forma insistente homens com perfil diferenciado para estar à frente de suas operações. Não é fácil encontrar pessoas com perfil inovador, capaz de promover mudanças em ambientes áridos e sem vida. Fazer isso sem recursos é ainda mais difícil e foi pelo que passamos em nossa história recente. Mas aconteceu e virou essa realidade superavitária nos números e horrorosa nos gramados.

Nós que nos dispomos a escrever no Furacão, estamos longe de sermos especialistas em Atlético. Está bem longe de mim essa pretensão, pois me considero apenas um cara bem intencionado, disponibilizando reflexões para quem quiser debater em alto nível as coisas do time que amamos. Nem eu e nem qualquer outro colunista está aqui para ouvir desaforos, venham de onde vierem. Somos homens e mulheres apaixonados pelo Atlético, na alegria e na tristeza e pelo que escrevemos, ninguém pode nos responsabilizar pelo sucesso ou fracasso da gestão que está á frente do Clube. Mais do que isso, não somos obrigados a levantar bandeiras de quem quer que seja. Não recebemos recursos de ninguém, nem dessa administração e nem das anteriores, muito menos da oposição a ela. Exatamente por isso, nossa liberdade está plenamente preservada e nosso direito democrático de pensar, escrever e publicar sem nenhum tipo de censura, até hoje está plenamente garantido pelos editores do site. Nenhum de nós é cego para negar a realidade que estamos vivendo. Porém, diferente daqueles que defende o pensamento único, por muitas vezes há vários caminhos que podem ser trilhados para conquistar o mesmo objetivo.

É uma honra escrever nesse site. Fico feliz quando recebo e-mails civilizados debatendo as coisas que escrevi. Sou atleticano acima de tudo e como Silvio Toaldo, Paulão Perussolo entre outros deste site, queremos o melhor para o Atlético.


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