Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Conspirações e conspiradores

14/05/2011


Depois de mais uma derrocada na Copa do Brasil, ao empatarmos duas vezes com o Vasco da Gama, tivemos a dura sensação de assistir um daqueles filmes da Sessão da Tarde que já passaram uma dúzia de vezes. Eu não consigo perdoar a permanente dispersão de Manoel nos jogos, e as crônicas deficiências técnicas de Guerron. Está provado que Nieto é competente na hora de marcar gols e que Madson, se domesticado, pode ser muito valoroso para o grupo do Atlético. Com a chegada da Cleber Santana, Adilson está montando um grupo com boas alternativas, o que nos dá sempre uma perspectiva de acreditar em dias melhores.

Mas mesmo querendo acreditar, os fatos são cruéis. É mais um fracasso na bagagem de Marcos Malucelli, que agora ainda tem contra si mais uma provocação, dessa vez com ares de coisa séria na forma de uma Petição pela sua renúncia imediata. Conspiram contra o presidente, como se ele tivesse grudado em si um imã para atrair desafetos, o que seguramente deve prejudicar sua força de vontade de seguir adiante na direção do Clube. Se a coluna da semana passada pergunte se o presidente “estava só”, ele criou um Comissão para acompanhar os assuntos referentes a Copa. Será que vai funcionar? Acho que o que move Marcos Malucelli é mais uma questão de honra, do que propriamente um desejo de continuar à frente de um projeto que até agora coleciona resultados adversos no campo e agora, pelo menos tudo indica, fora dele.

Nesse aspecto eu me refiro de forma mais específica, a não realização da Copa das Confederações no Paraná. Na verdade isso não é nenhuma surpresa, uma vez que Beto Richa não integra a base aliada que dá sustentação ao Governo de Dilma e, muito pelo contrário, foi um de seus mais ferozes adversários durante o processo eleitoral. Beto mais do que isso, não tem relações diretas com o Ministro Orlando Silva, a não ser através do ex-comandante da Paraná Esporte que hoje pouco representa na política do Paraná. Acho que se perdemos o evento, podemos contabilizar a derrota na conta do Estado inteiro. Não será uma derrota do Atlético. Além disso, Beto é torcedor declarado do nosso rival, em uma cidade onde todo mundo conhece todo mundo e onde boatos pipocam em todos os momentos, com várias teorias conspiratórias sendo plantadas e disparadas por todo lado.

Em uma das teorias conspiratórias, estaria tudo acertado para a Copa ser em Curitiba, mas na Arena do rival, que seria onde é hoje o Jockey Club do Paraná. O Couto Pereira passaria às mãos de um grupo português, que faria um shopping onde hoje é o Estádio, e o estádio seria onde é o Jockey. Ninguém me explicou para onde iria o Jockey.

Deve haver “n” informações circulando por aí, algumas cabeludas, outras lá com seu fundo de verdade. Mas o fato é que da parte do Atlético, seria necessário criar uma agenda positiva, com boas notícias em redor do tema, para minimizar ou acabar com especulações ou declarações como as de Rodrigo Paiva, jornalista e durante muito tempo assessor de imprensa da CBF, que perguntou se “Já começou a obra aí?”, quando questionado sobre a escolha das sedes da Copa das Confederações. Abusado e desnecessário, ainda mais quando ele hoje ocupa um cargo, o de Diretor de Comunicação do Comitê Local (COL), que exige certa fidalguia. Até me pergunto se nessa função, ele tem autonomia para fazer esse tipo de provocação. Não cabe a ele julgar o comportamento e nem atitudes de Marcos Malucelli. Não é a Rodrigo Paiva que Malucelli deve explicações e sim aos conselheiros e a torcida do Atlético.

Por fim, há políticos que podem e devem tentar reverter essa suposta decisão da CBF, negada por Rodrigo Paiva. Não podemos assinar nossa ida ao abatedouro como se fosse irreversível, sem brigar pela sobrevida e isso é lutar para que o evento seja aqui. Os motivos são vários, praticamente os mesmos que nos levam a querer a Copa do Mundo aqui. Os empresários são os únicos que não conspiram e sim, clamam pelo evento aqui. Enfim, é só mais um capítulo da lenda.


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