Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Triste rotina

13/05/2011


A triste rotina desse ano é ter que escrever minhas colunas logo após algum resultado ruim. Assim que terminou a partida contra o Vasco, fui verificar as redes sociais para medir um pouco a temperatura da febre do torcedor. Confesso que me surpreendi: alguns estavam elogiando a equipe e achando que jogamos um bom futebol. Não vejo dessa forma e as razões são muito claras.

Faltou o espírito copeiro e alguém que comandasse o time com sangue nos olhos. Jogamos de maneira apática, tentamos algumas coisas aqui e ali, mas não passou disso. Assisti o jogo do Avaí – e também acompanhei a peleja do Ceará - e percebi que ainda estamos devendo muito em termos de raça, entrega e suor. Copa do Brasil, como eu já havia dito, é um torneio onde elenco, dinheiro gasto e “camisa” ficam, eventualmente, em segundo plano. Portanto, a simples desculpa de que precisamos de reforços, que nosso time é fraco e assim por diante, não vai apagar o fato de que jogamos 70 ou 80 minutos como se estivéssemos precisando somente do empate.

Após dois fracassos seguidos, Atletiba na Baixada e eliminação na Copa do Brasil, fica difícil não criticar algumas teimosias de Adilson. Eu havia dito semana passada, e depois da vitória contra o Paulista, que Nieto seria fundamental para avançarmos no torneio. Por algum tipo de birra, “o Barcelona também joga assim”, o Pezão continua com esse sistema maluco sem homem de referência. Não dá, não funciona e é matemático: se nossa equipe tem a bola parada como ponto forte e temos um bom centro-avante por que deixá-lo no banco? Por que insistir em um sistema com três volantes? Faltou leitura de jogo para nosso treinador. É muito simples.

Jogadores

Robston está em queda vertiginosa de produção. O pouco futebol que vinha apresentando quando foi contratado, e o faria ser um bom reserva, sumiu e deu lugar a um festival de horrores, chutes no vazio, lançamentos precipitados e marcação pífia. Triste. Tão triste como Paulinho: um lateral esquerdo que parecia ter acertado sua função como marcador, agora está jogando um futebol de categoria ridícula. Não dá para esquecer que tomamos o gol, mais um, pelo lado esquerdo da defesa. Só faltou o Paulinho servir um café para o jogador vascaíno.

Manél: Está sem vontade. A expulsão no Atletiba e a absoluta inércia no gol vascaíno dão mostras que ele quer ser transferido. Que vá em paz e nos traga algum dinheiro. (Aliás, diretoria, complicado entender porque contrataram o tal Hugo se ele é preterido até mesmo pelo beque de várzea chamado Gabriel. ) Adilson disse que: “não podemos dizer que foi falha da defesa, mas méritos do atacante” . Todo mundo viu o jogo, conta outra.

Baier: Faltou postura. Não gritou com ninguém, sumiu em campo quando o time mais precisava dele, não organizou a equipe após nosso gol.

Nieto e Lucas: Menção honrosa. O primeiro porque mostra, de novo, que tem faro de gol e o segundo pela maneira digna de despedir-se do clube.

No frigir dos ovos, nenhuma novidade. O espírito copeiro não entrou em campo e fomos eliminados por nossa própria falta de vontade.

Que venha o Brasileiro?


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