Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Marcas

27/04/2011


As marcas da derrota no clássico permanecem em mim, assim como o choque de algumas constatações. No entanto, essa tristeza e perplexidade não alterarão o quadro atual e a depressão nem combina com rubro-negros!

Ademais, estamos em meio a uma competição importantíssima, cujo prêmio é a realização do desejo mais intenso da nação atleticana.

Pra falar a verdade, a Copa do Brasil é um assunto do qual eu nem gosto de comentar muito, por conta de todas as eliminações traumáticas que sofremos ao longo dos anos. Por isso, optei por ser surpreendida e guardei a confiança num cantinho secreto do coração, assim como aconteceu na Libertadores de 2005, onde dispúnhamos de um elenco mediano mas que com muita garra conseguiu superar todos os prognósticos e arrancou o nosso respeito e admiração!

Por isso, prefiro expor as minhas expectativas e impressões de uma forma mais genérica, focando apenas nos pontos objetivos: os dois últimos jogos, apesar dos resultados tão distintos, demonstraram que estamos evoluindo. Adilson Batista aos poucos mapeia o elenco, reconhece os seus pontos positivos e limitações, imprime a sua marca e organiza a baderna tática que persistia.

É visível que o time já tem um esboço de formação e que os jogadores começam a entender o que devem fazer. Porém, isso ainda é insuficiente. O Atlético abusou dos erros desde o finalzinho do ano passado, demonstrou a ausência de qualquer planejamento responsável, contratou mal – de técnicos a jogadores -, fora o festival de polêmica extra-campo. E, agora, simplesmente não temos mais o direito de errar.

Muito mais do que acertar, chegou a hora de superar, de ultrapassar os limites impostos pela falta de visão! O momento de separar o joio do trigo, de identificar quem está a fim de trabalhar e quem não merece estar aqui. É tempo de resgatar a marca atleticana.

Vamos precisar da união de todos, sobretudo daqueles que são responsáveis pela condução da pesada camisa rubro-negra. Pesada, impregnada de tanto amor, de tanta história de luta, raça e superação.

Momento também de conscientização, tanto do papel da torcida, quanto do papel de jogador. Que caia por terra essa coisa de que torcedor é consumidor e jogador é funcionário, porque somos ATLETICANOS! E o nosso dever é marcar a história!


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