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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Como nasce uma lenda
16/04/2011
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Conta a lenda que ele era um bom dirigente. Aplicado, profissional de sucesso, foi escolhido com um representante fiel do seu grupo, para dar continuidade a uma era de sucesso do seu clube do coração. Virou pelo voto democrático, presidente! Mas algo deu errado no meio do caminho. Amigos viraram inimigos, companheiros se tornaram adversários e nada pareceu lembrar os bons tempos do passado. Parecia que ele tinha desertado das fileiras onde tinha lutado ombro a ombro, ao lado de valorosos combatentes.
Antes de imaginar que uma crise pudesse explodir, aceitou com ressalvas a missão que lhe estava sendo destinada. Dirigir um clube não era exatamente o seu projeto de vida, já que tinha sucesso e tranqüilidade na sua vida profissional. Não havia sentido em de uma hora para outra, passar a ter centenas de críticos, que por vezes perdiam os limites razoáveis da razão e da racionalidade, tão comum nos tribunais ou no exercício cotidiano da interpretação das leis.
Mas a crueldade que lhe foi imposta pelos acontecimentos, essa sim foi acida. Lembrando aquela citação do que deu errado, o presidente passou a ser atacado de forma cotidiana e implacável pelo seu mais forte ex-aliado. Nada do que ele fazia parecia estar certo. Se contratava o fazia de forma errada. Se demitia o fazia sem critério. Nada acalmava a sede de vingança do ex-aliado, que mais do que se sentir traído, precisava mesmo era se sentir vingado. Não bastavam resultados administrativos dizia ele, pois sanear contas aqui e ali, “não passavam de uma obrigação para quem administra um clube da grandeza do clube rubro-negro”. Perdido, não entendia como a torcida não compreendia o fardo que ele carregava nas costas, pois ela, sempre ela, a exigente “torcida”, não sabia o que estava acontecendo. Por vezes se imaginou culpado disso.
A cereja do bolo estava fora dos muros dos problemas internos do seu próprio clube. O principal rival experimentava um momento raro de felicidade, jamais visto antes, o que despertava ainda mais sentimentos de cobrança da torcida. E as comparações se tornavam um fardo ainda mais pesado de ser carregado, pois produziam cenários desfavoráveis e faziam uma boa campanha parecer lixo ou quase nada. Tudo era usado para produzir uma agenda negativa, que o forçava a vir diante da “torcida” dar explicações e mais explicações. A fotografia do momento antevia uma fragorosa derrota nas urnas, no processo eleitoral que estava por vir, pois tudo o que o ex-aliado dizia, “grudava na pele do presidente”, quase como se fosse chiclete em cabeça de mulher de cabelo comprido.
Quem contou a lenda sabe que ela ainda esta sendo escrita. A cada final de semana tem novos capítulos, novas disputas, novas afirmações e novos fatos. As lendas são assim mesmo, muito acima de nossa capacidade compreender o seu desenrolar.
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