Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Bola cheia e bola murcha

09/04/2011


Na semana em que demitiu Geninho, um homem e treinador que tem seu nome marcado para sempre na história do Atlético-PR, não apenas pelo título do campeonato brasileiro que conquistou em 2001, o que bastaria para que ele tivesse na ARENA um setor com o seu nome, o clube recebeu uma grande ação solidária em prol das vítimas do Tsunami no Japão.

O abismo que separa as duas coisas é o objeto da minha coluna esse sábado. Não quero entrar no mérito técnico da dispensa de Geninho. Se ele é um treinador ultrapassado ou defasado, de forma nenhuma mereceria ser demitido da forma que foi. Experiente, rodado no mundo da bola, Geninho acusou o golpe e mostrou publicamente toda sua indignação em uma entrevista coletiva organizada pelo próprio Atlético. Honestamente, acho que se o caminho tomado fosse outro, o Clube teria se preservado e não arranjado mais um desafeto, muito menos do porte e da envergadura e da representatividade e significância de Geninho. Na lista de nossos desafetos, creio que agora temos um time completo e com comissão técnica. A sucessão dos acontecimentos foi o que eu chamo da parte “bola murcha” da semana.

Do outro lado, em um extremo muito distante, o espetacular evento na ARENA que contou com a presença de alguns dos maiores ídolos do futebol brasileiro. Vestindo a camisa da solidariedade que estampava o escudo do Atlético, Zico, Raí, Romário, Zinho, Careca, Dunga, Alcindo, pai da idéia e Gilmar, dentre outros, além de Paulo Rink, Alberto e Oséas, ex-ídolos atleticanos e como citação extra, os coxas Pachequinho e Joel Malucelli. Este último patrocinou o evento através de uma de suas empresas, mostrando que a solidariedade não tem clube. Não há preço estimado para essa ação. Ver esses ídolos jogando na ARENA, carregando o nosso distintivo só foi possível graças a ações ligadas à responsabilidade social, que combinadas ao futebol, revelam um poder de movimentar multidões, como as mais de vinte e duas mil pessoas que lá estiveram. Essa foi seguramente uma ação que marcou a história do Furacão e que deve ser repetida com uma freqüência razoável pois práticas solidárias e cidadãs só enriquecem ainda mais o Clube. Essa foi a “bola cheia” da semana.

No jogo foi engraçado ver o “esforçado” Beto Richa, tentando provar que não é um analfabeto, com perdão do trocadilho, quando o assunto é futebol. Em campo provocou boas risadas em todos, mas ganhou aplausos quando foi substituído, num reconhecimento do povo ao esforço.

Entramos na semana em que Adilson vai fazer a sua estréia como comandante da equipe. Boa sorte ao novo treinador, pois se ele começa mal, imediatamente já começaram a surgir questionamentos à decisão da diretoria. Pela positiva vamos desejar boa sorte ao cara, para que ele tenha clareza do que fazer com o elenco que tem à sua disposição.

Por último, conversando com minha amiga Monique Silva, jornalista do nosso site, chegamos a uma conclusão muito interessante. Se você que conhecer alguém de verdade, dê poder a essa pessoa e veja como ela se comporta. Gente com poder demais e cabeça de menos é prejudicial à nossa saúde. E ponto. Por isso, é sempre bom tentar qualificar nossa relações, que sejam elas profissionais ou pessoais, Longa vida ao Furacão e aos que acreditam nele.


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