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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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Madson é o nome dele - II
03/04/2011
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Bastou Madson fazer dois gols no clássico de hoje para que meu email fosse bombardeado de comentários do tipo: “ora, ele está jogando bem”, “honra a camisa atleticana”... é mesmo? Continuo achando a atuação do ex-santista muito fraca. Não sou iludido por perspectivas temporárias e visões imediatistas. Madson recebeu inúmeras bolas e errou praticamente todos os passes. Não acho que o time tenha jogado bem. Só conseguimos fazer alguma coisa depois que o capitão paranista foi expulso, fomos encurralados, previsíveis e sem vontade. Nós, colunistas da Furacao.com, estamos aqui para apoiar o time? É certo que sim. Porém, isso não deve incluir uma cegueira que não nos permita observar as partidas de um ângulo mais amplo.
Vejamos bem: qual foi nossa proposta de jogo? Atacar pelas laterais? Paulinho e Diniz erraram passes de cinco metros. Pelo centro aquela mesmice; Alê dando pontapés, Robston correndo muito - e acertando pouco - e Baier caminhando em campo. Nossas pontas foram a sumidade da ineficiência. A quantidade bolas que Guerrón não conseguiu dar continuidade, por simples desleixo, mostra a apatia e a ineficácia dos treinamentos atleticanos. Lucas fez o papel de pivô e conseguiu acertar algumas poucas bolas. Geninho? Esperou tomar o gol para mexer. Por que? É necessário levar sufoco, pressão e quase perder o jogo para enxergar o óbvio?
Eu me considero dos mais otimistas. Consigo ver alguns pontos positivos, mas não estou amarrado aos resultados: podemos ganhar jogando muito mal e, igualmente, perder jogando bem. Temos que visualizar o projeto atleticano como um todo: estrutura clubística, torcida, treinador, treinamento, jogadores. Usei Madson como uma metáfora do time, do momento em que vivemos e continuo achando meu argumento completamente válido em que pesem os dois gols desse domingo.
Cabe ao torcedor atleticano conscientizar-se do amplo panorama de nossa equipe. Só assim poderemos começar a influenciar positivamente o Furacão, votando corretamente, participando das decisões do clube do qual somos sócios, percebendo nossa situação efetiva e, claro, torcendo de maneira entusiástica. Nosso objetivo como torcedor é um só: ver o time jogando bem e ganhando títulos. Qualquer coisa que esteja fora desse projeto deve ser apontada e imediatamente descartada. O paralelo “madsoniano”, se analisado calmamente, nos fará sair do time ideal para a equipe real.
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