Alexandre Sugamosto

Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.

 

 

Madson é o nome dele

01/04/2011


Eu estava afoito, esbaforido, procurando uma figura emblemática para minha coluna. Queria encontrar um símbolo, personificado em algum jogador, que exemplificasse perfeitamente o que é o Atlético no atual momento. Eis que Madson acabou minha insana procura: fui presenteado com manchetes escandalosas envolvendo o jogador. O boleiro foi alvo de reclamações por parte de vizinhos que, incomodados com o barulho de algumas festas noturnas, resolveram dar queixa a veículos de comunicação. Não julgo o que um jogador faz fora de campo. Temos exemplos de atletas festeiros, que não gostavam de treinos e eram craques de alta qualidade dentro do campo. Não sou favorável ao patrulhamento da vida noturna de ninguém e tampouco às bizarras notícias sobre particularidades da vida dos jogadores. O que me chama a atenção, no entanto, é perceber a metáfora “madsoniana”. Vamos pensar bem: qual é a função do ex-santista no time? Meia? Uma espécie de terceiro atacante? Não sabemos. Estatísticas: quantos gols Madson fez com a camisa atleticana? Quantos passes corretos? Quantas assistências? Os números, garanto, são pífios. Porém, ele está lá. Corre, veste a camisa, dá entrevistas. Parece que está jogando, parece que se esforça, parece que dá o melhor: só parece.

Assim também é o CAP. Os dirigentes querem nos convencer que temos um bom time e que não “gastamos um centavo” com essas contratações. Ah não? Eles estão recebendo o ordenado em que? Balas de menta? Contratamos muitos é verdade. Alês, Gabriels, Flávios, Pimentéis. Refugos e apostas infundadas. Parece que estamos nos mexendo, parece que estamos caminhando, parece que estamos progredindo? Nem parece mais. O paralelismo com Madson não deixa dúvida. A festa está rolando solta e os vizinhos começam a reclamar.

Geninho

Eu esperei muito para avaliar e concluir o óbvio: Geninho está ultrapassado. É impossível que tenhamos qualquer ambição com um técnico que pensa o futebol de maneira tão antiquada. Analisemos o jogo contra o Cascavel. Estávamos jogando em um ridículo 4-2-4, com um meio campo completamente frouxo, uma defesa desorganizada e um ataque ineficiente. Geninho, desesperado, gritava para Guerrón abrir, abrir! Abrir mais? Ele já estava completamente escondido junto à linha lateral e não fez sequer uma tabela com Wagner Diniz! Quer dizer, que tipo de proposta tática é essa? Outra: o episódio lamentável em que o “treinador” ficou debatendo com um torcedor. Que tipo de postura é essa? Por que Geninho não se concentra em entender o que está se passando em campo? Por que, raios, ele acha que tem tempo para discutir com a torcida, enquanto sofremos pressão do lanterna do ruralzão? Sem falsas esperanças, tenho quase certeza que o “genioso” pedirá o boné depois do Atletiba.


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