Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Pro gasto

28/03/2011


A regra do time do Atlético em 2011 é vencer sem convencer. Ontem não foi diferente: uma equipe apática, que pouco criava e, quando o fazia, concluía com extrema desatenção e imperícia.

Se Geninho não tem em mãos o elenco dos sonhos – e de fato não tem – o técnico campeão brasileiro não está se ajudando, tampouco ajuda a equipe a tomar corpo. Aos poucos o “chef” vai se desgastando, semana passada culpou a torcida pelo desempenho em casa, neste domingo bateu boca com torcedores no estádio.

O golzinho chorado de Lucas salvou o primeiro tempo sofrível do Furacão, mas as dificuldades não foram mascaradas, nem corrigidas para a segunda etapa. Os laterais pouco apóiam, Guerrón voltou a aparecer isolado na direita, Paulinho só foi lembrado nas raras oportunidades em que Madson se aproximou para o básico “1-2”.

Apesar de a zaga ter batido cabeça algumas vezes, fica o destaque positivo para Dalton, que ao menos deixou a impressão de segurança e boa marcação. Já nosso maior problema foi a dupla de volantes. Alê pouco marca e com a bola nos pés é uma negação; Róbston nada marca e errou a maioria dos passes que tentou, ainda não é nem sombra daquele que jogava no xará goiano.

O segundo tempo foi ainda pior que o primeiro. Os comandados de Geninho conseguiram a proeza de sucumbir ao domínio do lanterna do ruralzão por pelo menos 15 minutos, não levando o gol de empate graças aos esforços de Dalton e Renan Rocha. Mas não só de erros vive o técnico atleticano: o treinador sacou Róbston e Guerrón para as entradas de Kléberson e Adaílton, e foi dos pés da dupla que nasceu o segundo gol.

O xaropinho roubou a bola na meia cancha e fez ótimo lançamento para Adaílton, que em bela jogada individual deixou dois adversários para trás e tirou do goleiro com um toque de classe, definindo a partida na Baixada.

É um absurdo o Furacão jogar apenas para o gasto contra o último colocado do frágil Campeonato Paranaense, mas essa realidade nos mostra o motivo do clube ter entregado de mãos beijadas o título para o maior rival. Sim, pois é quase ilusório ainda acreditar no “título” do turno, que levaria a uma final contra os coxinhas.

O pior de tudo é saber que a Copa do Brasil está em curso e é pequena a chance de evolução desta equipe para a sequência, e mais: o Brasileirão bate a porta e novamente precisamos de “meio time” de REFORÇOS de verdade para pensar em ficar na parte de cima da tabela.


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