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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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Além das quatro linhas
25/03/2011
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Semana passada escrevi a respeito de evolução. Pontuei três pontos principais:
a) Melhoramos um pouco. No entanto, para saber efetivamente o quanto crescemos, teríamos que enfrentar adversários mais significativos.
b) Fizemos uma proposta de jogo e cumprimos.
c) Não houve deslumbre com a vitória.
Finalizei dizendo que Manoel na lateral era uma nulidade e que, cedo ou tarde, sofreríamos gol por aquele setor.
Foi o suficiente para que alguns leitores, grande parte deles torcedores verdes que se prestam a ler nossas colunas, viessem me indagar: “Grande evolução! Perdemos pro Operário. O que acha disso?”; “E agora, cadê a sua evolução?”. Ora, em momento algum eu afirmei que não iríamos perder mais, que nos transformamos em uma máquina de futebol ou coisas do gênero. Não obstante, disse que aguardaria uma semana para emitir um juízo apropriado.
Esses comentários, entretanto, fornecem um retrato nítido de nossa percepção geral sobre o Atlético. Quantas vezes nós conseguimos compreender o que se passa com nosso time? Tomados por uma emoção cega, esquecemos que o esporte está fundamentado em fatores políticos e econômicos. Podemos resolver em campo? É evidente que sim. Devemos cobrar o time do qual somos sócios e torcedores? Eu mesmo já o disse. Contudo, não podemos esquecer um sem número de condições que geram o resultado no gramado:
Capacidade de articulação política: setor em que progredimos pouco. Estamos ao lado de Atlético-MG e São Paulo em um duelo arriscado contra a “Vênus Platinada”. Ou nosso presidente, que é advogado de longa jornada, está com um grande trunfo na manga ou... melhor nem pensar. A capacidade de articulação também está relacionada ao poder de negociar jogadores. Times com representatividade política conseguem empréstimos, vendem para os principais mercados do futebol e arrecadam com isso. MM tem sido opaco nesse sentido.
Exposição da marca: Em um evento de entretenimento voltado ao consumidor, como o caso do futebol, a marca é de alta relevância. Esse ano seremos o time com o menor número de transmissões televisivas. Não temos nenhuma propaganda efetiva fora do Paraná, dentro dele tampouco, e – ainda por cima- um duelo entre treinador e torcida está enfraquecendo a “mística da Arena”. Como podemos pensar em Libertadores da América se não conseguimos ficar dois jogos sem levar uma chuva de vaias?
Além das quatro linhas nos aguarda um futuro incerto.
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