Paulo Perussolo

Paulo Roberto Perussolo, 36 anos, é estudante de Direito. Seguindo a tradição da família, acompanha o Furacão desde a infância, tornando-se cada vez mais fanático. Considera o Atlético mais do que um clube de futebol, um dos grandes amores de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2010 e 2011.

 

 

Bagunça na cozinha

21/03/2011


Era fevereiro quando sai de férias e o Atlético já se preparava para entrar em crise. Pensei comigo que após um mês viajando – com escassez de notícias – o incêndio já estaria controlado, o time estaria moendo no segundo turno, criando uma final Atletiba. Eu me enganei, assim como me enganei quando acreditei que o planejamento para este ano estava sendo bem feito. Apoiei, por exemplo, a renovação com Soares; sim, pois na época não existia um Caio Júnior ou um Adílson Batista livre no mercado e o então emergente treinador vinha fazendo o feijão com arroz no meu entendimento.

O tempo provou que não, Soares não estava preparado para o Atlético, como não estavam os Givanildos, Casemiros ou Fernandes. Com a queda de Sérgio Soares a bagunça na cozinha estava escancarada, era prato quebrado lá, caco de vidro ali e uma diretoria pisando em ovos. Hélio dos Anjos era o favorito para substituir o ex-treinador, mas fez exigências esdrúxulas e foi parar no Sport. Acertar com o “menos pior” disponível ou esperar melhores opções no mercado? Difícil... O clube optou pelo ídolo Geninho (mais uma vez) para o cargo de “chef”. O técnico campeão brasileiro chegava com a difícil missão de botar ordem na cozinha. Se Geninho entende de forno, fogão ou churrasqueira, desconheço, fato é que no CT do Caju ele não conseguiu se impor até agora.

Agora estamos aí com este abacaxi para descascar, com um presidente que está mais preocupado em dar entrevistas para a rádio Transamérica, um gerente de futebol que não convenceu e é desaprovado por quase a totalidade dos atleticanos, um diretor de futebol muito atleticano, mas cansado, fazendo hora extra no clube, e com vários outros problemas que extrapolam o futebol, mas acabam influenciando. O absurdo caso do Sócio Furacão, que está fechado para novas associações, um clima eleitoral antecipado causado principalmente pela briga entre o ex e o atual presidente, entre outras lambanças.

Enquanto a maionese desanda, o “chef” Geninho culpa a torcida pelos fracassos dentro da Baixada, os jogadores capricham nas festinhas e gastam muito bem seus volumosos salários - boa parte pagos pelos R$ 70,00 sagrados pagos todo mês por nós, atleticanos doentes que teimamos em torcer, gritar, xingar, acumular estresse, rugas e cabelos brancos.


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