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Alexandre Sugamosto
Alexandre Sugamosto e Silva, 39 anos, é produtor cultural e consultor. Vê o futebol como uma guerra estratégica e acredita que a heráldica atleticana deve ser motivo de temor e reverência por parte dos adversários. Adepto do jogo ofensivo, sonha em rever os dias gloriosos do Furacão das Américas.
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“Podemos escolher recuar em direção à segurança ou avançar em direção ao crescimento. A opção pelo crescimento tem que ser feita repetidas vezes. E o medo tem que ser superado a cada momento.”
Abraham Maslow
Evolução é um conceito, como todos o são por definição, filosófico. No campo há evolução? É verdade, melhoramos um pouco. Aqui e ali tivemos ajustes importantes, progredimos em alguns fundamentos.
Todavia, para saber efetivamente o quanto crescemos, temos que enfrentar adversários mais significativos. O Paulista, feliz ou infelizmente, não apresentou nenhuma dificuldade. Pouco tocou a bola, trabalhou com ligações diretas, mostrou-se ineficiente e, convenhamos, está batalhando por uma vaga na Série D. Contudo, foi um adversário digno. Não se prestou ao espetáculo de horrores de distribuir pontapés antes do apito final. Se vejo no horizonte próximo algum teste real? Sinceramente, não. Nosso próximo adversário de Copa do Brasil será definido de um confronto entre Paysandu e Bahia. A equipe baiana, franca favorita, é bem inferior à nossa, ainda que sumariamente reforçada. Os verdes? Trata-se, sobretudo, de uma questão de honra. A “absurda superioridade” coxa-branca é um factóide criado pela imprensa local. Tive o desprazer de assistir uma peleja ervilha pelo campeonato local e afirmo: sou capaz de apontar dez ou mais problemas táticos e técnicos. Os testes reais virão quando enfrentarmos Cruzeiro, Internacional, Corinthians e assim por diante.
Vejo uma evolução quando encontro propósito. Pela Copa do Brasil nos propusemos a jogar contra-golpeando; e, quem diria, nos saímos bem. Jogamos dentro da proposta, trouxemos a vaga antecipada e ganhamos tempo para treinar. Progresso.
Jogadores
Nieto cresce de produção. O argentino representa o espírito “copeiro” que devemos adquirir para ganhar a Copa do Brasil: não desistir de nenhuma bola, fazer os gols quando necessário, embora o próprio tenha perdido um tento garantido, correr, lutar e, se preciso for, “catimbar”. Lembremos do Grêmio de Felipão: aguerrido, catimbeiro, lutador. Técnico? Nem tanto. Vale lembrar, inclusive, que sua jogada principal eram as cabeçadas de Jardel. Alguma semelhança? (Logicamente, uso o tricolor gaúcho apenas como metáfora e sei muito bem que somos adversários declarados).
Manoel na lateral-direita: uma nulidade. Na prática estamos jogando com três zagueiros e mancos. Se enfrentarmos uma equipe que tenha ofensividade pelas pontas tomaremos sufoco.
Robston: cedo para avaliar, mas jogou bem. Deu passes precisos, posicionou-se, marcou com inteligência e tem robustez. Supre uma necessidade básica de qualquer equipe minimamente estruturada: um volante com altura suficiente para proteger o setor defensivo. Como Geninho vai equacionar o uso dos quatro volantes é algo indefinido.
Evolução há porque não houve deslumbre e tampouco ufanismo. Vimos um Geninho sóbrio, falando em trabalho e não em resultados. Daremos um passo em direção ao crescimento? Só poderei responder a isso, com alguma objetividade, na semana que vem.
Até lá!
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