Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

(in) Gratidão

06/12/2004


Honestamente, eu me considero um privilegiado. Vivo numa era cercada de confortos e comodidades como a Internet, o telefone celular e o já cotidiano forno de microondas.

Assisti a duas das cinco conquistas mundiais do escrete canarinho, além de ter visto um vice-campeonato. Vi o melhor jogador de basquete de todos os tempos ao vivo pela tv. Jordan e seus vôos sensacionais fizeram parte das minhas noites de sexta-feira na adolescência. Apesar de fã de Ayrton Senna, não posso me furtar em reconhecer a mestria e os números incontestáveis do maior piloto que já apareceu: o alemão Michael Schumacher. Até mesmo o pouco carismático, mas eficientíssimo Pete Sampras é meu contemporâneo, enterrando lendas do tênis que o antecederam.

Não vi nosso rival alviverde imponente. Não os vi campeoníssimos na década de 70, nunca constatei uma suposta supremacia quanto ao número de torcedores e pouco me lembro do título de 85, incontestável, diga-se. Mas me lembro bem da Segundona de 95, do recente tri paranaense e dos títulos da Seletiva e do Brasileiro 2001.

Estive em todos os jogos daquele campeonato em Curitiba e fui ver a final em São Caetano do Sul. Ninguém precisa me contar hoje em dia sobre as defesas maravilhosas do Diego, como Caju fazia. Não preciso ir à Biblioteca Pública buscar jornais e ler sobre os inúmeros gols do Sicupira, pois lembro de cabeça de praticamente todos os gols do Washington, assim como as incríveis peripécias de Kléber, "O Incendiário".

A segurança que Alfredo Gottardi transmitia à defesa, vejo em Marinho, assim como a irreverência de Jackson, avante do Furacão de 49, se faz presente no futebol moleque e no sorriso fácil de Fernandinho. Alguns atleticanos, tão ou mais fanáticos que eu, não tiveram o prazer de ver um atleticano titular da Seleção Brasileira e ser campeão do mundo! Se há atleticanos que não conheceram a Baixada de tijolinho, do tobogã, nem que foram ao frio e sombrio Pinheirão, há os que podem se encher de orgulho em ter o melhor, mais moderno e bonito estádio do Brasil.

Independentemente do que venha a acontecer nessas partidas restante de 2004, para mim esse elenco é campeão, principalmente por tudo o que esse guerreiros já passaram neste ano. Perda do titulo em casa, justo para o maior rival, após perder apenas uma partida no campeonato todo, protestos, justos com certeza, contra a majoração do preço dos ingressos, jogadores que pareciam jogar contra pensando apenas nos euros a receber, perseguição implacável da imprensa paulista e má vontade do STJD. Tudo isso em apenas 9 meses!

Esse time que nos enche de orgulho em sermos atleticanos merece nossa gratidão. E Levir, então? Ah, esse Levir Culpi, de bandido a herói em apenas uma semana. E o que falar dos tão contestados Fleury e Petraglia? Mostraram estar certos, ainda que ache que tenham que rever a proibição da entrada da bateria no estádio. No mais, o que contestar?

Esse espaço é dedicado a todos os atleticanos que gritam a plenos pulmões seu amor pelo Atlético. Não vamos ser injustos, ingratos com quem tanta alegria nos dá.

Atlético, eu te amo e sou grato por toda felicidade que você me proporciona.


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