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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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As eleições do Atlético estão marcadas para dezembro, mas (infelizmente) o processo sucessório vem tomando corpo ainda com um ano todo pela frente. Ano que começou com perspectivas altamente positivas, algo que não ocorria desde a virada 2005/2006, mas se transfigurou em uma série de decepções, tropeços e sucessão de erros. Alguns destes erros exatamente iguais aos cometidos pela administração anterior, que agora critica com acidez os equívocos daqueles que ajudaram a eleger em 2008.
E essas críticas sistemáticas e fortes partem de uma associação de sócios (?!?!) que se intitula como uma “entidade representativa de todos os sócios-estatutários do Clube Atlético Paranaense” mesmo que eu, sócio contribuinte desde muito, nunca tenha dado nenhuma outorga ou procuração para que falem em meu nome ou me representem! A mesma associação que se dizia sem fins políticos e nem ligada a qualquer personagem da política do clube mas que “estranhamente” envia correio eletrônico aos sócios do Atlético com uma carta assinada pelo ex-Presidente Mário Celso Petraglia.
Petraglia que tem todo o direito e, para alguns, o dever de concorrer à Presidência do clube no próximo pleito. Petraglia que fez história, construiu um novo Atlético e que tem direito a concorrer como sócio adimplente (ainda que seu camarote esteja fechado em TODOS os jogos do Atlético desde março de 2009) e que possui um contingente que, se não é grande no universo de sócios, é no mínimo respeitável. Petraglia que já se constituiu num mito, mas que parece lutar para destruir a própria imagem vencedora e triunfante que com justiça construiu frente o Atlético. Petraglia que se tornou por sua obra e legado o maior presidente não só do Atlético como de todo o futebol paranaense.
Petraglia foi lá e, com a ajuda de um grupo de atleticanos, com seu tino comercial e de homem de negócios, mas movido pela paixão e guiado por seu coração atleticano nos colocou no mapa do futebol brasileiro e latino americano. Mas que quando deixou essa paixão e seu coração passarem ao largo do homem de negócios que é, deixou o Atlético em maus lençóis a ponto de não saber mais o que fazer em 2008, praticamente se curvar ao rebaixamento e ver se Malucelli dava um jeito na coisa. E este atleticano de quatro costados, torcedor de arquibancada e homem simples que é, deu um jeito e foi apoiado para a eleição em que saiu vencedor em 2008.
O grupo hoje oposicionista tem todo o direito de criticar, sugerir, opinar e participar ativamente da vida do clube. O que não é correto e nem justo é querer derrubar o presidente por resultados dentro de campo, haja vista alguns dos erros hoje cometidos serem idênticos aos cometidos em especial de 2006 a 2008 e que nem por isso apontavam como uma derrubada do poder constituído a solução dos problemas existentes. Não seria correto e nem justo também os que hoje se intitulam como sendo “porta vozes” do torcedor atleticano serem do mesmo grupo que sempre foi contra as torcidas organizadas, que via com maus olhos o trabalho voluntário deste site, que proibiu de tudo na Baixada e que jamais aceitaria a ingerência de uma associação de torcedores, mesmo que sócios do clube, quando estava no poder.
É legítimo que se queira o poder, mas de modo democrático, debatendo ideias, arregimentando simpatizantes que venham a se tornar eleitores, mostrando o tal “projeto”, mas sem atrapalhar o futebol do clube no andamento de todo esse processo. Injusto é torcer contra, é achar que “quanto pior, melhor” somente com a vontade de tomar o poder.
O mais correto é agir democraticamente tanto quando se está no poder quanto se está na oposição. Querer democracia para ser ouvido do lado de cá, mas agir como déspota quando se está no lado de lá tem outro nome: é ditadura.
Enfim, se Mário Celso Petraglia e/ou seu grupo queiram retornar ao poder que o façam através da legítima vontade da maioria dos votos dos sócios e, se eleitos, que recoloquem o Atlético nos trilhos das conquistas, algo de que eles mesmos nos tiraram desde 2006. E quem quer que assuma o clube que faça um bom trabalho em nome do Atlético, não em torno de si mesmo.
ARREMATE
“Ou se morre herói ou se vive o suficiente para se ver tornar-se o vilão”. Promotor Dent falando ao bilionário Bruce Wayne (sem saber quem este era) em Batman, o Cavaleiro das Trevas.
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