Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Tudo outra vez?

23/02/2011


O torcedor atleticano andava meio desconfiado. Agora as coisas já mudaram e o torcedor anda bem desconfiado. Não tem jeito, entra ano, sai ano, perdemos jogadores importantes, não conseguimos segurar ninguém e quando negociamos alguém do estilo Neto, Chico ou Rhodolfo, não fazemos reposição à altura. Ou seja, resumindo, nada diferente dos últimos cinco anos.

Outras coisas também já encheram o saco do torcedor e a principal delas é essa história de que “este ano será diferente”. Vamos disputar o paranaense para sermos campeões, vamos fazer uma excelente Copa do Brasil e ficaremos entre os quatro do brasileirão. Puxa vida, como nós queríamos acreditar em tudo isso. Mas basta ouvir uma entrevista do nosso presidente e podemos perceber seu evidente cansaço a frente do clube. Marcos Malucelli está contando as horas para que dezembro chegue logo de uma vez!

Se o nosso presidente está assim, tão desmotivado, imaginem os seus subordinados. Se ele tivesse realmente tesão em trabalhar no Atlético e pelo Atlético, jamais falaria publicamente que não seria candidato à reeleição. Isso evidencia um grande desejo em deixar o clube o quanto antes. Palavras do próprio presidente: “Meu mandato acabou, no dia seguinte estou fora do clube”.

O problema maior, diante disso, não é apenas o esmorecimento da nossa diretoria, mas a falta de comando no futebol do Atlético. Não se cria um planejamento anual decente, pelo contrário, se recriam histórias de apostas e riscos, como se isso fosse uma grande novidade para o torcedor. Provas disso? Lucas, Kleberson, Geninho, etc. São incompetentes? Não, na minha opinião, não. Mas volto a dizer: NÃO TEMOS COMANDO NO FUTEBOL.

E por não termos uma diretoria de futebol, voltada para as coisas do futebol, para os assuntos do futebol, para o conteúdo futebol, vamos queimar Lucas, vamos queimar o eterno ídolo Kleberson, e por fim vamos acabar de queimar o grande mestre de 2001, Geninho. E há quanto tempo imploramos por um departamento de futebol competente!

Quando me refiro a uma diretoria de futebol, falo da ponte entre o presidente e o comando técnico e, principalmente, um líder. O Atlético está carente de líderes. O maior deles, Paulo Baier, já dá sinais de cansaço e desgaste. Pudera, é tudo jogado nas costas de Paulo Baier. Ele não merecia isso! E vamos falar sério, Baier não têm obrigação nenhuma de assumir um papel de técnico ou diretor de futebol. Pois é o que está acontecendo! Assim como ele não merecia ser comandado por Leandro Niehues. Imagino como deve ser triste isso. Quando vi o maestro jogando o Atletiba de centroavante, andando em campo e saindo com dores, imaginei o tamanho da bagunça que anda o nosso Atlético. Aliás, quando vi o Atletiba, percebi o quanto nos falta comando! Enquanto os coxas dividiam cada jogada, corriam e se esforçavam, nossos atletas, desfilando no gramado, só queriam o fim do jogo. Incrível como “nos entregamos” na frente dos verdes. Isso também é falta de comando!

Até quando?

Até quando vamos assistir nosso presidente esperando dezembro chegar? Até quando vamos viver de discursos, discursos e mais discursos? O último deles, iludindo a torcida de que viria um técnico de impacto. Ora senhores dirigentes, não somos tolos! Até quando Ocimar Bolicenho ficará a frente do futebol do Atlético? Será que tudo isso irá acabar com um vice ou terceiro lugar do paranaense, a eliminação da Copa do Brasil e uma luta incansável para fugir do rebaixamento no brasileirão? Bom, até lá já será dezembro...

Tudo outra vez...

Está mais do que na hora de mudar a história!


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