Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Tragédia anunciada

21/02/2011


Antes do Atletiba, o comentarista Carneiro Neto sentenciou: para o Atlético, um empate no clássico seria honroso, dada a diferença de qualidade entre as duas equipes. Não havia como discordar. O Coritiba foi muito mais competente e regular neste primeiro turno, chegando ao seu final invicto, enquanto o Atlético acumulou três derrotas contra adversários fraquíssimos.

Que seria um jogo difícil, não havia dúvidas. Mas a forma como a derrota aconteceu é inadmissível.

Não precisava ser nenhum gênio para saber que com Fransérgio em campo, o Atlético seria presa fácil pra os coxas. Durante a semana, troquei mensagens com amigos dizendo que temia pela escalação de Fransérgio. "O Niehues não seria tão idiota", respondeu um grande amigo.

Um jogador que nunca se firmou no time principal, e que não conseguiu ser titular sequer no Paraná Clube, não pode ser levado a sério. Ele conseguira ser o pior jogador do Atlético mesmo no "clássico" contra o Paraná, o pior time do campeonato, partida em que o restante do time atuou com facilidade.

O que pode explicar a escalação de um jogador destes no jogo mais importante deste início de ano? Só mesmo muita incompetência do treinador Leandro Niehues, que preteriu Claiton, que vinha de três jogos com atuação de razoável para boa, para escalar um jogador de inaptidão mais que comprovada. Há algum problema extra-campo envolvendo Claiton? Parece haver. Mas nada justifica que o corte seja feito justamente no Atletiba, e quando a alternativa atende pelo nome de Fransérgio.

Não se trata de eleger um bode expiatório. Entretanto, quando se trata de tragédia anunciada, ainda mais em Atletiba, este se torna o erro emblemático a estampar uma dolorosa derrota para o maior rival. O fato é que hoje a Furacao.com estampa a notícia de que Fransérgio falhou em três gols do adversário.

Não consigo admitir outra atitude por parte da Diretoria senão a demissão do assistente Leandro Niehues, que já havia fracassado em 2010. Me refiro à demissão do próprio cargo de auxiliar, pois um profissional com este nível de competência não pode trabalhar no Atlético, até mesmo pelo risco de vir a assumir na condição de interino.

O Atletiba corroborou ainda nossa conclusão de que a zaga implora por reforços. A saída conjunta de Neto, Rhodolfo e Chico, agravada pela ausência de um treinador competente, transformou o Atlético em um time de uma fragilidade defensiva gritante. Se tomamos gols em todos os jogos do Paranaense, que será de nós quando enfrentarmos times da Primeira Divisão?

Já erramos demais em 2011. Iniciar o ano com Sérgio Soares foi um equívoco. Substituí-lo com Leandro Niehues, ainda que na condição de interino, foi outro erro flagrante. Daqui para frente, não há como tolerar novos erros. É preciso agir com precisão, a começar pela definição do novo treinador, novela que já torrou a paciência do torcedor.


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