Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Fernando, um jovem atleticano

12/02/2011


Fernando é um jovem torcedor atleticano, exatamente como um daqueles milhares de jovens que passaram a se identificar como o Furacão nesses últimos anos. Sempre que eu debato com adversários um pouco mais lúcidos, sempre os faço lembrar de como eles perderam a liderança na preferência por Clubes locais em Curitiba e no Estado. Para alguns deles foi difícil assimilar essa nova realidade, em que os títulos passaram a ser disputados no campo, na bola, sem apoio de A, B ou C. Se existia uma hegemonia completa e certeza de vitória, é coisa do passado tanto para um como para outro.

Como a nova geração de torcedores rubro-negros, Fernando é exigente. Alguns mais exaltados cobram os jogadores de maneira agressiva, beirando o ridículo. Branquinho que o diga, pois até mesmo no banco e no aquecimento, teve que ouvir uma série de palavrões e ofensas, que devem tê-lo feito refletir na linha do “o que é que eu estou fazendo aqui” e em tempo, recebi um e-mail me informando que ele Branquinho, está atravessando um momento de dificuldade com muitos problemas pessoais. Essa torcida exigente, crítica, impaciente e rigorosa, da qual eu não me excluo, teve ódio por Jorge Henrique (atacante), Cristian (volante), Michel Bastos (lateral), Rafael Moura (centro-avante), só para citar alguns jogadores que ao sair daqui, tornaram-se ídolos em clubes como Corinthians, Fenerbahçe (Turquia) e Fluminense. Aqui foram vaiados, detonados e moídos. Para citar outros que viveram momentos de inferno, Flávio Pantera atravessou de forma solitária a ARENA sendo cruelmente vaiado, numa derrota do Atlético para o Internacional. Galatto (hoje na Espanha) também levou umas vaias, assim como de forma mais recente, Bruno Mineiro. Fechando a lista, até mesmo Alex Mineiro, ídolo das finais do título brasileiro levou as suas lambadas.

E assim também foi com João Carlos. Abandonado diversas vezes por seus colegas de trabalho, João não teve vida fácil nesses poucos dias de titularidade. Dos doze gols que tomou no paranaense, os dois primeiros foram emblemáticos. O primeiro deles, uma entregada feroz de Manoel e o segundo, uma bola meio de longe, mas na gaveta. E aí veio a última partida, onde o nervosismo era visível e o apoio da zaga também foi relativamente “o mesmo”, com uma já tradicional entregada de Rafael Santos que também não foi relacionado para o jogo com o Paranavaí. Vida difícil essa de goleiro. Só mesmo Júlio César para voltar à seleção depois de errar feio e colaborar na eliminação do Brasil de uma Copa do Mundo. Voltando ao mundo dos mortais, João é prata da casa, patrimônio do Clube e um amigo que eu respeito. Torço para que ele recupere a confiança e o respeito da torcida.

E Kleberson está de volta. Agora ele e Lucas são os representantes vivos de momentos especiais que vivemos na ARENA. Será que juntos eles vão trazer de volta aqueles instantes de alegria que vivemos quer seja em campeonatos paranaenses ou em brasileiros? É só o tempo que vai dizer. O fato é que ele chegou dizendo estar mais maduro, responsável e sabedor de suas responsabilidades em campo. Ele sabe que o tempo é implacável e que no mundo do futebol, ídolos podem ser jogados por terra, muito mais rápido do que podemos crer. Será que se Kleberson for mal, será vaiado por Fernando?

Sabemos que a possibilidade de vencer esse turno já não existe mais. Porém, é inegável que adquirimos massa muscular, força e organização sem a presença de SS no banco. Só isso já parece ter motivado ainda mais os atletas. Se Falcão pintar na Baixada, teremos um treinador de respeito no banco, um cara que tem história no futebol e a admiração de grande parte dos brasileiros que gostam de futebol. A diretoria está certa em não se precipitar para anunciar A, B ou C, pois a escolha deve ser precisa. Veremos.

Enfim, vamos ganhar jogos. Uma vitória domingo em Paranavaí é afirmativa, importante para o grupo e evolução técnica da equipe. Um jogo enjoado, que deve ser pra lá de disputado. Seria natural o time atropelar o “vermelhinho”, mas essa não tem sido a realidade dessa equipe fora de casa. Não haverá moleza, mas aposto em nossa recuperação técnica. Se o time vencer, a vitória será para você, Fernando!


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