Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Crônica de uma morte anunciada

05/02/2011


A morte anunciada de Sérgio Soares no comando do Atlético jamais deveria ter acontecido, pois ele nunca deveria ter sido contratado. Todos os torcedores do Atlético sabiam disso, manifestando essa opinião através da pesquisa feita pelo Furacao.com, onde a contratação dele teve apoio de somente 2% da galera.

O prejuízo é enorme, pois perdemos tempo em construir um padrão técnico e tático de jogo, passamos a viver sob a tensão de não estar na final do paranaense, uma vez que teremos que ganhar o segundo turno de qualquer maneira.

A constatação é de que não podemos aceitar nada mais nada menos do que vitórias, em confrontos com equipes menores do Campeonato Paranaense. Ou é isso, ou temos que passar a olhar com muito carinho alguns jogadores que estão na equipe do Cianorte, nas posições onde temos revelado deficiência crônica.

Na última partida na Arena, cheguei atrasado e sentei ao lado de uma senhora, dedicada a falar mal do Guerrón. E ela me dizia “veja como ele ruim... olha lá, vai perder a bola... vai tentar a jogada, o zagueiro vai tomar a frente dele e ele vai se jogar e pedir falta”. Bingo! Era o espelho do lance, que me faz entender plenamente as modificações feitas pelo nosso treinador interino. Guerrón precisa parar de querer dar o drible do “Raio-X”, pois definitivamente dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço. Pelo menos não nessa dimensão.

E agora Claiton está de volta. De “fora dos planos” de Sérgio Soares, volta como titular e provavelmente pode vir a ser um dos líderes do grupo. Renascido do inferno, depois de várias contusões e de haver marcado sua divergência com o ex-treinador, ele volta com a responsabilidade de mostrar quem estava errado. A provável escalação da equipe com João Carlos, Marcos Pimentel, Manoel, Rafael Santos e Paulinho; Fransérgio, Claiton, Paulo Baier e Madson, Wescley e Lucas mostra que o Atlético sabe que só existe um caminho para a equipe a partir de agora, que é vencer. É impossível que com essa escalação nós não consigamos apresentar qualidade em campo.

O incrível nisso tudo é que todas as situações que vivenciamos, poderiam ter sido evitadas. Se os resultados continuaram péssimos, vão concluir que é preciso ir ao mercado para buscar jogadores, pois o elenco “têm carências que precisam ser preenchidas”. Vem aí o novo treinador, que deve ter musculatura para tranqüilizar a torcida, com perfil vencedor e não apenas um sujeito que quer fazer a transição da segunda linha para a primeira.

Por fim, melhor sorte aos nossos atletas. Todos eles sentem a pressão e sabem o peso de atravessar uma fase ruim em um Clube como Atlético. Muitos jogadores que passaram por aqui foram literalmente incinerados pela torcida e deram muito certo em outros clubes. Mais do que queimar os nossos atletas, é triste ver adversários revelando bons valores, acertando na política de valorização da base, com resultados melhores do que os que vimos apresentando com a estrutura que temos. E aí fica claro que não é só a estrutura que resolve. Ela é apenas um componente de uma equação que se resolve também com a participação de recursos humanos capacitados e qualificados, para cuidar da base e da gestão do Clube. Sem isso a conta não fecha e os resultados serão próximos desses que vimos obtendo.


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