Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Reformulação

02/02/2011


Comecei o ano confiante, pois pela primeira vez em muitos anos o Atlético manteve uma base e que era efetivamente boa não recaindo nas mentiras de 2007 a 2009 quando vendíamos alguns bons (e raros) valores e continuávamos com algumas nabas. De 2010 para 2011 mantivemos o excelente goleiro Neto, o virtuoso Rhodolfo, um jogador ainda amadurecendo e crescendo como Manoel, renovamos com o maestro Paulo Baier, mantivemos o inconstante, mas habilidoso Branquinho e continuamos apostando que Guerron, agora mais adaptado e solto, renderia o que esperávamos.

Não botava fé que continuar com Sérgio Soares seria uma boa, treinador o qual apostei e me decepcionei e confesso não ter entendido o clube insistir com o fraco Nieto, ter preterido Élder Granja, que ao menos dava consistência defensiva ao irritante Diniz e achar que Clayton a essa altura dos acontecimentos poderia acrescentar algo. Mas a vinda do ídolo Lucas, a efetivação de Rafael Santos que sempre entrara bem quando requisitado e a vinda do meia atacante Madson querendo mostrar serviço novamente, nos davam alento de um 2011 forte e com possibilidade de conquistas.

Pena que não durou sequer um mês. Neto saiu de uma hora para outra e o clube apostou em João Carlos, goleiro que esteve sempre titubeante e que na meia dúzia de partidas que disputou ano passado (bastante para um goleiro reserva) mostrou não estar pronto. Não deu outra, assumiu a jaqueta 1 e falhou seguidamente.

Não bastasse isso e a precipitação e vacilos na negociação de Rhodolfo, Sérgio Soares não acertou o setor defensivo, nosso ponto forte em 2010 pois sofremos gols em todos os jogos até agora, por vezes mais de um contra adversários de menor qualidade técnica. Houve ainda o desentendimento com Manoel que ameaçou não se apresentar querendo ser negociado ou ter reajuste menos de oito meses depois de ter renovado e aceito os valores propostos. O que tinha tudo para ser um grande ano passou a se tornar a repetição de velhos erros que se não diminuíram, estagnaram o crescimento atleticano anotado na última década e meia.

Negociações são necessárias e não há como competir com clubes cujo orçamento bate em 10 vezes o nosso. E se Chico e agora Rhodolfo querem sair, acham serem merecedores de ganhar mais (e merecem), porém fora dos padrões que o Atlético possa pagar decentemente, devem sair mesmo, não importando para onde, pois o valor do dinheiro do Bari, Celta de Vigo ou Chelsea é o mesmo se vier do Palmeiras ou do São Paulo, ainda que parte da torcida faça biquinho para o fato.

O que se deve discutir é a administração desse montante. Se a venda de bons valores é imperativa, o bom uso para a contratação de um treinador ambicioso, respeitado e não uma aposta de treinador de times sem expressão como me parece Sérgio Soares e a vinda imediata de jogadores para suprir a saída dos que se foram é mais emergencial e obrigatória ainda!

Vide o desgraçado ano de 2008, quando nos desfizemos de um Clayton então em forma física e liderando o elenco e do sempre combativo Ferreira sem ter trazido absolutamente ninguém para seus lugares, acreditando que do nada surgiriam substitutos á altura de dois titulares absolutos, o que nos custou um estadual dentro de casa para os coxas e um calvário durante todo o Brasileiro, quando escapamos da iminente segundona por uma série de fatores, muito mais extra do que dentro de campo. Não estou muito afim de ver o mesmo filme novamente.

ARREMATE

“ "A alma de um trabalhador/
É como um carro velho,só dá trabalho"
. A bola do jogo – FRED 04


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