Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Cartas na mesa

15/01/2011


A Gazeta do Povo acabou precipitando o debate sobre a sucessão eleitoral no Atlético. De fato na matéria houve uma fotografia do atual momento político do Clube, e quase uma sentença de que teremos um enfrentamento forte nas eleições do final do ano. Acho que em função do racha na chapa de situação, é possível que tenhamos duas chapas de oposição e não apenas uma, mais cristalizada em torno do ex-presidente Petraglia. A outra chapa poderia ser a ressurreição do grupo que enfrentou a direção atual, quando ela estava ao lado de Petraglia.

O fato é que a unidade política não é uma realidade possível nesse momento do Atlético. É um processo de depuração absolutamente natural, de um Clube grande, com um colégio eleitoral enorme, formado por sócios com mais de três anos integrando as fileiras do Clube.

O principal trunfo da situação será colocar mais títulos no cartel do Clube. Se fizermos campanhas fortes no paranaense, brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana, isso será naturalmente convertido em capital político e apresentando dentro do processo eleitoral como uma poderosa moeda, que pesa na análise do Colégio Eleitoral. Mostra que o modelo de gestão é eficiente e que a lógica anterior era equivocada. O cenário oposto inverte a análise e coloca os atuais gestores contra a parede, e as comparações serão inevitáveis. É natureza do processo.

Acho que a torcida deve estar atenta ao processo eleitoral e todas as variáveis em questão. Se não exigirmos uma qualificação de propostas, projetos de longo prazo claros, bem elaborados e transparentes, nós todos de forma equânime seremos usados apenas para legitimar o processo, sem efetivamente interferir nos rumos que ele pode vir a assumir.

Nem sempre fica fácil para a maior parte da torcida e dos sócios, encontrar canais de participação no processo, identificar grupos e pessoas, idéias e projetos. Quem se lança antes acaba se expondo e passa de pedra a vidraça. Por isso as questões levantadas pela Gazeta são umas doses de gasolina na fogueira que sempre esteve em brasa e nunca chegou a apagar.

Domingo nas quatro linhas, temos o início do campeonato paranaense onde temos um time competitivo. Tenho conversado com muitos amigos e percebido que todos estão otimistas, mas prudentes, na expectativa de disputar o título com autoridade, fazendo valer as diferenças de estrutura em relação aos times do interior. É isso que a torcida espera e esse é de fato, o primeiro round desse ano em nossas eleições.


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