Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Ano novo, vida nova!

08/01/2011


Não dá para dizer que começamos esse ano de forma igual aos anteriores. Há pequenas diferenças no comportamento dos gestores do Clube, que são muito importantes para o sucesso na temporada. A ponta visível dessas mudanças é Ocimar Bolicenho. Mais à vontade no ninho rubro-negro, deu uma longa entrevista para a Gazeta do Povo onde revelou as dificuldades pelas quais passou, por ser para grande parte da gente atleticana, um “estranho”. Para grande parte da torcida ele é e será sempre um estranho. Mas nesse momento que especialmente afeto a contratações e idas e vindas de jogadores, é ele que na maioria das vezes aparece para explicar o que acontece ou deixa de acontecer. Ainda não temos um Relações Públicas que cumpra esse papel e Ocimar é quem faz isso na prática. O próprio presidente também tem aparecido mais, se compararmos esse período com momentos anteriores.

Essas mudanças de postura estão diretamente relacionadas aos resultados obtidos no campeonato brasileiro do ano passado, quando recuperamos nossa auto-estima, dignidade e vontade de perseguir vitórias. E é esse espírito que Ocimar vem revelando em suas entrevistas coletivas, quando vem publicamente dizer que brigaremos pelo título paranaense e pelos demais campeonatos que o Atlético vai participar. É reassumir o papel de protagonistas, líderes de mercado, marca mais reconhecida e tudo mais que levou o Atlético ao estágio atual.

É evidente que o mercado de transferências de jogadores tem uma dinâmica violenta, que faz uma parte da torcida se revoltar. Mas essa é a dinâmica, esse é o mercado. Se Neto está indo, agora é a vez de João Carlos. Não acontece só no Atlético mas com todos os times do nosso porte. E ainda temos um longo caminho para percorrer até estarmos totalmente maduros e fortes para inverter a lógica.

Tenho sempre buscado aprender um pouco mais sobre gestão esportiva, depois de experimentar como administrador de um clube, experiências muito positivas e ao mesmo tempo às portas da aventura. Acumulei alguns conhecimentos importantes, que me fazem pensar o futebol de maneira mais lúcida, crítica, embora tenha plena consciência de que sou um torcedor atleticano apaixonado e que essa paixão, por muitas e muitas vezes, compromete análises mais críticas. Em busca de referências, chegou as minhas mãos através de meu sócio Rodrigo Barp, o livro de Ferran Soriano, vice-presidente do Barcelona entre 2003 e 2008, com o singelo título “A bola não entra por acaso”. Recomendo a leitura para todos os amantes do futebol, pelo simples de lá estarem apresentas inúmeras situações pelas quais passam os clubes, que envolvem desde a transferência de atletas a tomada de decisões de como investir os recursos de um clube de futebol. Para dirigentes acho que é uma leitura obrigatória, pois as experiências ali compartilhadas produzem reflexões que ajudam a construir novas perspectivas.

Por fim, começo o ano muito otimista com o Atlético, com as coisas que poderemos fazer no campo de jogo, com o elenco que temos e a chegada de Lucas, a manutenção de boa parte do elenco o que minimiza problemas com entrosamento dentro de campo.

Ano novo é vida nova. Traz perspectiva de boas vitórias que façam os milhares de atleticanos sorrir e muito. Bom ano a todos e saudações rubro-negras!


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