Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Expectativas

05/11/2004


Vamos aos fatos. Desde o fatídico jogo contra o Paraná Clube, quando diante de uma infelicidade perdemos Dagoberto, o Atlético já não é mais o mesmo. Sentiu demais o impacto da ausência daquele que vinha realizando um excelente campeonato. Sem a velocidade ideal e o desequilíbrio que Dagoberto causava nas partidas, o Atlético vem procurando reencontrar alguma forma de cobrir essa ausência e depositou em Dênis Marques toda e qualquer esperança. Mesmo com toda a desenvoltura de Dênis dentro de campo e o seu bom futebol, parece que o Atlético perdeu suas forças, e a saída de Dagoberto fez com que o time perdesse muito o seu brilho e, principalmente, sua agressividade.

Algumas coisas também influenciaram para a queda de rendimento da equipe. É difícil saber exatamente quando as coisas “travaram”, mas não me sai da memória o jogo contra o Juventude em Caxias. Quem assistiu ao jogo, com certeza afirmou ao final do primeiro tempo: “este time está com pinta de campeão, um verdadeiro furacão, ninguém segura”. E de fato após o terceiro gol do furacão, pela primeira vez este ano comemorei o gol gritando “bicampeão”! Foi com muita apreensão que assistimos a um segundo tempo frio, parecia que o time havia guardado os três pontos no vestiário para trazer depois de mais 45 minutos. Este era o grande problema, absolutamente esquecido pelo grupo até então vencedor! Restavam mais 45 minutos e, aproveitando-se do padecer rubro-negro, a equipe de Caxias chegou ao empate com méritos.

A partir deste jogo, ou mais especificamente do segundo tempo deste jogo, parece que uma nuvem negra passou a rondar a baixada. Empatamos com o Paraná um jogo que na maioria das tabelas dos atleticanos já estavam computados mais três pontos. Até por uma certa “nuvem passageira” o Atlético se deixou abater, se deixou influenciar por meia dúzia de imbecis que fizeram de tudo para tirar dois jogos da nossa casa e, como numa grande maré de azar, perdemos mesmo os dois mandos. No jogo contra o Palmeiras, uma leve impressão de que as coisas estariam voltando ao normal com o golaço de Dênis Marques, mas logo o furacão baixou a poeira e perdeu mais uma. Em seguida, mais um tombo diante dos verdes de Goiânia. Somente uma vitória poderia nos fazer acreditar novamente, e chegou com uma chorada e tão importante vitória contra o colorado gaúcho. A vitória veio, mas a segurança e a confiança de um futebol convincente ainda não retornaram.

Após um período de silêncio no futebol nacional, esperamos que tenham sido sepultados todos os fluídos negativos que nos rondavam. A apenas sete rodadas do final, chegou a hora de sacudir o país e retomar o rumo do título.

Fazendo uma breve tomada da reta final, acredito ser neste final de semana o jogo chave para o Atlético. Uma vitória fora de casa a esta altura definitivamente acenderá todas as esperanças do bicampeonato. Olhando a frente, teremos o Criciúma, teoricamente em casa, teoricamente mais três pontos. Em seguida a Ponte em Campinas, jogo que não considero tão difícil. Fechando o mês de novembro, iremos a Porto Alegre jogar contra o Grêmio, possivelmente período em que o tricolor já terá carimbado o seu passaporte para a segunda divisão. Até aqui estaremos vivendo o período mais crítico das últimas rodadas, onde podemos observar que não é tão crítico assim. Das três últimas rodadas, duas serão em casa e a mais complicada contra o Vasco, em seus domínios no Rio.

Vamos continuar acreditando, pois analisando bem a tabela, o furacão tem tudo para fazer voltar o sorriso e o otimismo no rosto dos atleticanos. Cada momento que passa estamos mais perto do título, basta que o time reencontre seu equilíbrio, seu futebol envolvente e, principalmente, sua vontade de vencer. Domingo pode ser o primeiro grande passo para uma nova fase. Força Atlético, vamos todos em uma grande corrente rumo ao bi.


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